Thursday, November 1, 2007

O último voo da andorinha de Xitonhana! [2]

A morte do salva vidas!
O Jornalista e sociólogo Moisés Mabunda e o economista Eugénio Chimbutana, dois Gazenses por excelência, que conhecem bem a Oliveiras comentam aqui neste blog sobre a falência daquela empresa de transportes. Uma empresa que resistiu as intempéries da revolução socialista, da guerra “terrosrista” hoje justificada pela conquista da democracia, mas que sucumbe a força das leis do mercado, segundo Chimbutana. Os dois levantam questões interessantes.
Na verdade a Oliveiras chegou a ser mesmo uma espécie de célula vital que trasportava oxigénio para as várias artérias do corpo. Penso mesmo que é património histórico e cultural desta região que devia ser preservado. Foi neste sentido que me ocorreu postar a notícia sobre a sua morte anunciada. Não havia pensado seriamente nas diferentes dimensões e implicações em termos de serviço público que a queda (falência) da Oliveiras poderá representar. Acho que Chimbutana está certo quando sugere que a empresa não soube se adaptar as novas circunstâncias e exigências do mercado renovando seu produto. Mas este é o problema dos economistas. O mercado é o princípio e o fim de todas as coisas. Tudo ganha e perde vida no mercado e na virtuosa teória de Adam Smith da “mão invisível”. Pessoalmente, acho que todo o mercado devia ser de alguma maneira regulado, até para corrigir as suas próprias falhas (ou efeitos perversos). A oliveiras, mesmo não sendo um bem público, praticamente funcionava como tal. E é sabido, não é Chimbu...?, que o mercado não funciona muito bem quando se trata de bens públicos. É preciso uma mão visível aí. Penso que no caso da Oliveiras, como vocês sugerem, a sociedade/ o governo sei-lá, não devia contar apenas coma força do mercado para providênciar transporte condigno e seguro as populações desta região e não só. Enfim, deve haver alguma saida para salvar a Oliveiras e não deixá-la seguir o rumo da defunta ROMOS. Lembram-se da ROMOS? Eish, estou a entrar num terreno escorregadio. A Oliveiras continuavam a ser a única empresa de transportes no verdadeiro sentido da palavra e que oferecia condições mínimas de segurança as seus passageiros. Eu recordo-me que sempre que viajasse para Xai-Xai, para me juntar aos meus país por ocasião das festividades do natal e do fim do ano a recomendação deles era sempre de que viajasse de Oliveiras para não estragar as festas. Era comum nessa altura do ano os chapas fazerem três, quatro viagens diárias na corrida pelo lucro. O resultado disso era um elevado índice de acidentes de viacção com muita morte. Enfim, e hoje, por ironia do destino, assitimos é a morte da Oliveiras.

PS: Ilídio.
Podemos discutir, claro, a que se refere a noção relativa de segurança. No entanto, é preciso não a confundir com a de conforto. Por exemplo, aquele que tens nas carreiras luxuosas para JhB da Greyhound.

2 comments:

ilídio macia said...
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ilídio macia said...

Oliveiras desempenhou um papel relevante neste País. Isso é indubitável. Se calhar esse papel teria sido exercido por outras pessoas caso ele não existisse...( mas isto é irrelevante). No que tange a segurança rodoviária, a empresa "oliveiras" já estava demasiadamente mal. Acredite-se! Quando conversei com Sr. Oliveiras, em Setembro, naquele seu estilo característico, negou que a sua empresa não reunisse condições para transportar pessoas em segurança... Só lamentei. Na verdade, impõe-se pois saber em que consiste a segurança rodoviária.