tag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post5240557597807858810..comments2024-03-14T08:51:25.855+02:00Comments on B’andhla: Com o cesto dos ovos de ouro a cabeça!Patricio Langahttp://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-56975426757301615372009-02-02T11:05:00.000+02:002009-02-02T11:05:00.000+02:00caro patrício,boas vindas. há um dispositivo que m...caro patrício,<BR/>boas vindas. há um dispositivo que muitos bloguistas colocam nos seus blogues que vai mostrando quem é que está activo. ainda não consegui colocá-lo no meu. isso tudo para dizer que não me apercebi do teu regresso, fato que estava de espreitar e não ver movimento. vamos à luta: houve em tempos uma grande discussão sobre o direito à liberdade de expressão nos eua e uma questão que se colocava era de saber até que ponto qualquer ideia podia ser veiculada na esfera pública. por outras palavras, que valor devia ela ter para ser considerada como ideia? deves estar a imaginar a salada de opiniões que isso ocasionou. o que saltou ao de cima foi que justamente por isso mesmo é que as ideias devem competir no mercado de ideias até a melhor ideia sobressair - evidentemente, que amanhã poderá não ser a melhor ideia, mas a beleza do debate reside ai.<BR/>abraçosBayano Valyhttps://www.blogger.com/profile/14921635956624661044noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-84334204880671969572009-01-31T11:44:00.000+02:002009-01-31T11:44:00.000+02:00Caro Elísio, também acho que no essencial estamos ...Caro Elísio, também acho que no essencial estamos de acordo. Obrigado pela referência que deixas de Condocert, um dos grandes fílósofos do iluminismo francês. Fiz isso. Peguei em mim e fui a biblióteca da Universidade. Afinal os meus textos de filosofia ficaram em Maputo. A internet, também, ajudou, e como! Reli Condocert e achei esta passagem de – “Réflexions et Notes Sur L’Éducation” – que passo a citar representativa do teu argumento.<BR/>“A instrução pública é um dever da sociedade para com os cidadãos. Em vão teria-se declarado que todos os homens tem os mesmos direitos. Em vão as leis teriam respeitado o primeiro princípio da eterna justiça; se a desigualdade nas faculdades morais impedisse o maior número de usufruir desses direitos em toda a sua extensão [...] basta à manutenção da igualdade de direitos, que cada um seja suficientemente instruído para exercer ele mesmo e sem submeter-se cegamente à razão de outro) os direitos cujas leis lhe tem garantido o usufruto [...] aquele que não sabe ler e ignora a aritmética depende do homem mais instruído, a quem está sempre obrigado a recorrer . Não é igual àqueles a quem a educação tem dado esses conhecimentos. Não pode exercer os mesmos direitos com a mesma extensão e a mesma independência... Mas o Homem que sabe as regras da aritmética, necessárias ao uso da vida, não está na dependência do sábio [...] a desigualdade de instrução é uma das principais fontes da tirania” (Condocert,1983:97).<BR/><BR/>A longo prazo esta proposta - democrática – da filosofia da educação de Condocert de educar a esfera pública parece pertinente. A curto prazo parace utópica! Aliás, tudo que temos estado a fazer nos nossos blogs é, directa ou indirectamente, conducente a esse desiderato. Um esfera publica com uma mentalidade, analítica, crítica e competênte na avaliação de argumentos e no debate de ideias. O que dizes da postura do Egídio Vaz, no texto a que te referes, é apenas um lado dessa postura perniciosa no debate. A descaracterização do argumento dos outros. O outro lado, talvez pior, é aquele dos que elevam esse tipo de postura ao caracter de sabedoria, referenciado-os. Referencia sem o debate, sem análise. Por outras palavras, ‘falam com a boca cerrada’. E, como diz o ditado Italiano, “En boca cerrada no entram moscas”. A distorção do sentido dos argumentos de outrem e o “silêncio ruidoso” são os argumentos mais dificeis de contrapor. Se a saida é pela via Condocertiana, de instruir ao cidadão comum (leigo) para que sozinho saiba identificar esse tipo de postura, então, que isso não implique condescendencia para com aqueles que optam pelas formas perniciosas de argumentar. O que estou a sugerir é que é preciso manter os dois flancos abertos. É preciso que aqueles que já tem capacidade de discortinar essas formas perniciosas de debater continuem a denuciá-las através da crítica. No processo, desde que o procedimento seja transparente, os leigos vão paulatinamente perceber quem está com a razão. Há uma certa utopia, como disse, na visão Codercertiana de que cada um seria capaz de conhecer as regras (para avaliar criticamente argumentos) para não depender da interpretação dos sábios. Até que essa utopia se realise (pois existem aquelas que se realizam) tem ser crítico contra crítico! Tem que ser os pares a insistir ( distinguindo-se, claro, na postura e maneira de o fazer) que o que os outros estão a fazer não é por revelação divina. Não é coisa de outro mundo. É no mínimo má fé! No processo leigos (alguns) vão se instruindo! Água mole....! <BR/>AbraçoPatricio Langahttps://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-3945765556238400022009-01-30T17:56:00.000+02:002009-01-30T17:56:00.000+02:00caro patrício, acho que estamos de acordo nas ques...caro patrício, acho que estamos de acordo nas questoes essenciais. gostava de te deixar com uma referência que me parece muito pertinente, nomeadamente condorcet, um grande filósofo francês vítima da intolerância daqueles que sabem o que é bom para a maioria.condorcet, que foi um grande percursor da educaçao pública, fez uma distinçaio entre o que chamou de clero e leigos; disse que o clero era a classe dos eleitos, abençoados naturalmente pelo conhecimento, enquanto que os leigos eram os que precisavam da mao dos cleros para usufruirem da boa vida. o objectivo da sua filosofia de educaçao, objectivo esse que ainda está presente no sistema francês de ensino volvidos mais de dois séculos, era de quebrar essa dicotomia e dotar os leigos dos meios através dos quais eles próprios conquistariam a sua emancipaçao. a ideia era de que todos nós estamos dotados dessa faculdade de razao e que devidamente treinada e usada poderia ser a chave da nossa realizaçao. vejo muito mérito nessas ideias.<BR/>é importante discutir com os autores e mostrar que a verdade é um objectivo por vezes em motivo. há certos momentos que nao é possível discutir com os autores. esses momentos nao sao apenas determinados pelas dificuldades políticas ou culturais. dou-te um exemplo: como posso discutir com o egídio vaz raposo o texto que ele escreveu em reacçao ao meu texto sobre mamdani tendo em conta o facto patente de que ele pura e simplesmente nao o percebeu, preferiu representar mal as minhas ideias e os argumentos das pessoas que citei? quando nestas circunstâncias alguns comentadores desse texto nao têm a capacidade de notar as discrepâncias entre o que eu disse (e é acessível a todos) e a desfiguraçao do que eu escrevi é claro que tenho que concentrar a minha atençao no leitor, pois um leitor que nao é suficientemente crítico cria espaço para esse tipo de autor. abraços e bom fim de semanaElísio Macamohttps://www.blogger.com/profile/18378751081676177635noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-27490437398688619332009-01-30T12:25:00.000+02:002009-01-30T12:25:00.000+02:00Caro Obed.Obrigado por voltar a este espaço sempre...Caro Obed.<BR/>Obrigado por voltar a este espaço sempre aberto ao debate de ideias até aquelas contrárias. Aqui ninguém e censurado por não pensar como eu. O mais importante neste espaço não são as minhas conclusões ou convições, mas como cheguei a elas. As convicções, principalmente quando normativas, são tiranas o método é democrático. Penso que o Obed faz uma leitura correcta do que dificulta o debate na nossa esfera publica. As ideias por alguns, como bem referiu, são tomadas como revelações. Pois bem revelações não se discutem – pelo menos de forma proveitosa – aceitam-se ou não se aceitam. Não há meio termo. Se cada jovem bloguista, se cada novo intelectual começasse por se distanciar dos magos da opinião sacra e pensassem por si próprios estariam a dar um passo gigantesco para sua emancipação intelectual e para melhoria da nossa esfera publica. Isso não se consegue sem esforço e determinação. Como diz o Elísio- pensar custa, e acrescentaria o Bayano- Dói!Mas esse é o preço a pagar pela ‘mentalidade crítica’. A outra coisa interessante que o Obed meciona é a ausência de massa crítica e de espaços de debate mais especializados. Não temos, ainda, revistas ciêntificas, eletrónicas, e por ai em diante. É nesses espaços, também, onde os gurus deviam ser confrontados nas suas ideias.<BR/>AbraçoPatricio Langahttps://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-62796491518033195832009-01-30T10:33:00.000+02:002009-01-30T10:33:00.000+02:00Caro Patrício, tocaste num ponto que me vem intere...Caro Patrício, tocaste num ponto que me vem interessando. O Elísio também a ele se referiu. O papel dos pares no crescimento de um espaço público esclarecido e crítico. Na verdade, penso que tu e o Elísio estão a lutar pelas mesmas coisas: um espaço público mais aberto à circulação livre de ideias. Nesse espaço todos os constrangimentos a esse liberalismo de ideias iriam sendo paulatinamente removidos.<BR/><BR/>Para mim há dois caminhos que a isso conduzem. O primeiro é o esforço e a persistência que pessoas como tu e como Elísio vêem fazendo no sentido de instilar um maior sentido crítico na sociedade. O segundo é massa crítica. Este aspecto parece-me fundamental. O que criou esta cultura de intolerância nos intelectuais moçambicanos foi, em parte, o monopólio da verdade. Esses indivíduos foram, durante décadas, os únicos com direito à razão. Os únicos com direito à opinião.<BR/><BR/>Nesse processo foram sendo incensados. Foram sendo venerados como verdadeiros Deuses da sabedoria. O incenso e a veneração nos humanos (que afinal eles são) produz o espírito da soberba e da intolerância.<BR/><BR/>Então, o segundo caminho que eu referia é o imparável surgimento de uma importante massa crítica de pensadores que o nosso país está a produzir. Estão a surgir às dezenas. Esses pensadores vão lutar pelo seu espaço e, nesse processo, vão revelando que o rei afinal nem está assim vestido.<BR/><BR/>Tu e o Elísio sabem por experiência própria que esse está a ser um processo muito doloroso. Os antigos monopolistas do saber resistem surdamente. Resistem ruidosamente.<BR/><BR/>Continuam a pensar que a sua produção intelectual está imune à crítica. Continuam a pensar que suas opiniões são semelhantes a revelações divinas.<BR/><BR/>Ainda bem que vocês nos mostram que na ciência não há Papas. Não há Deuses. Nem mesmo vocês os dois.<BR/><BR/>Um abraço<BR/><BR/>Obed L. KhanAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-43472671493295789932009-01-29T20:17:00.001+02:002009-01-29T20:17:00.001+02:00This comment has been removed by the author.chapa100https://www.blogger.com/profile/06721692089451542876noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-79024408095468415622009-01-29T20:17:00.000+02:002009-01-29T20:17:00.000+02:00patricio! bem vindo, estas na area. falaste do cha...patricio! bem vindo, estas na area. falaste do chapa100, da sua hibernacao. o pneu tem dessas coisas. <BR/><BR/>um abraco fortechapa100https://www.blogger.com/profile/06721692089451542876noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-32331264864643953982009-01-29T15:31:00.000+02:002009-01-29T15:31:00.000+02:00Caro Elísio.Obrigado pela nota de boas vindas e po...Caro Elísio.<BR/>Obrigado pela nota de boas vindas e por seres o primeiro a reagir ao meu texto. Considero o meu pai, pessoa com quem tenho tido vários debates sobre diferentes assuntos, um leigo. Leigo no sentido de não estar em altura de usar o mesmo tipo de conhecimento especializado e de discurso que eu usaria, por exemplo, num debate sobre identidades sociais. Mas leigo não significa inculto ou não educado (com escolaridade). Eu sou leigo em materia de desenho técnico. Conheço poucas pessoas que saibam um pouco de tudo que se passa no mundo – desde a política Africana até o mais inimaginável dos assutos aborigines – melhor que o meu paí. O meu pai é culto. Não há jornal que lhe passe dispercebido ( esta aí um indicador, pelo menos para mim, culto lê jornais, informa-se). Enquanto estava de férias em Maputo, em jeito de provocação, questionei ao meu pai como me poderia considerar Copi (chopi) se não falo a língua e nasci numa terra dita de machanganas (Xai-Xai)? A sua resposta foi: - filho, já viste uma laranjeira dar cajú! Bom, fujo do assunto. O que estou a dizer é que para certo tipo de análises requere-se que se vá um pouco além da cultura geral. Concordo, é preciso de, modo geral, elevar essa cultura geral na nossa sociedade incluindo a compêtencia crítica. A minha sugestão, também, não é a de que o leitor leigo venha substituir a necessidade da crítica dos pares (por exemplo com iniciativas como essa dos Angolanos). O meu ponto é de que o maior problema, e que e dificulta o debate crítico na nossa sociedade não é só, nem principalmente, o leitor leigo, mas o crítico- especializado. A atitude de pessoas como o “josué Langa” sugere a cobertura de um especialista cobarde. É alguém que por não querer ser confrontado nas suas ideias prefere se esquivar naquele tipo de atitude. Esses é que precisam das lições de crítica que tens-sabiamente- dado no ideias críticas. Não temos que ser condescedentes para com eles. É preciso que saibam que ainda que especialistas a autoridade que daí deriva não lhes torna imunes a crítica e infalíveis nas suas locubrações. É verdade que uma esféra publica feita de leigos mais competentes na análise crítica ajudaria, mas é preciso atacar pelos dois francos. E para mim pelo elo mais forte ainda que mais problemático: o dos críticos!Patricio Langahttps://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-29295064215208371502009-01-29T14:39:00.000+02:002009-01-29T14:39:00.000+02:00caro patrício, é bom saber que estás de novo na ár...caro patrício, é bom saber que estás de novo na área. fazias muita falta. acho útil a defesa que fazes do leitor leigo, mas eu gostaria de insistir na ideia de que há um mínimo de capacidade crítica que devemos ser capazes de exigir aos que participam no debate público. esse mínimo nao vai para além de um conhecimento especializado. é apenas a consolidaçao da cultura geral. um leitor leigo suficientemente crítico vai poder, em minha opiniao, colocar mais exigências aos autores sem interferir com a prerrogativa dos pares de se debruçarem sobre aspectos mais especializados. infelizmente, a falta de revistas especializadas no nosso país dificulta esta troca de ideias tao necessária ao fomento da ciência. os angolanos iniciaram uma revista de sociologia (convidaram-me, e aceitei, para ser membro do conselho editorial) e o primeiro número é uma maravilha autêntica. nesse espaço eles vao discutir assuntos científicos entre pares. para quando iniciativas idênticas entre nós? dou-te razao na tua suspeita de que eu coloque a ênfase mais no leitor do que no autor por medo de ser mal interpretado. na verdade, sao as duas coisas. acho que um leitor crítico é essencial, mas o medo de ser mal entendido também é real como podes ver na minha postagem recente lá no "ideias críticas" com o comentário de um tal "josué langa".Elísio Macamohttps://www.blogger.com/profile/18378751081676177635noreply@blogger.com