tag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post7205552909309395060..comments2024-03-14T08:51:25.855+02:00Comments on B’andhla: Em defesa da Universidade: o surgimento das pseudo-universidades em Moçambique. [4]Patricio Langahttp://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-36556726529556626772007-10-11T10:06:00.000+02:002007-10-11T10:06:00.000+02:00Caro Neto.Obrigado pelo comentário que fazes a sér...Caro Neto.<BR/>Obrigado pelo comentário que fazes a série que hoje termina sobre as pseudo-universidades. Assino por baixo no teu comentário, pois concordo com o teu ponto. Na verdade a minha intenção não era, em momento algum, mostrar a irrelevância das pseudo-universidades. Dizes e bem que estas existiram e provavelmente continuarão a existir para cumprir funções específicas. Que funções? Aí cabe-nos estuda-las. Neste momento auguro que a função seja apenas comercial. O problema também não é com a privatização em si. Grandes universidades como a Oxford têm parte de seus serviços privatizados. Há gente com dinheiro, filantropos e não só, que acha que investir em universidades é um bom negócio. E isso em si não é o problema, pois não se distorce na essência a vocação da universidade. A vocação da universidade não se subordina ao imperativo do lucro a todo custo. Para que isso ocorra é preciso um contexto institucional claro (regras) que proteja a universidade. O problema como dizes, e eu concordo, é o contexto institucional em que essa vontade de investir no ensino ocorre no nosso país. No nosso país isso está a conduzir a distorção do produto que é a universidade. Um contexto institucional pouco claro e desregulado como o nosso confunde privatização com “comercialização a vulso” e promove a Macdonalização do ensino superior. A liberalização, argumento sobre a qual assenta a tendência para a comercialização no nosso país, não é um processo necessariamente desregulado na sua essência. A desregulamentação é uma característica típica dum contexto institucional em que se iniciou a privatização do ensino sem noção clara do que se queria resolver com essa solução. Privatiza-se porque se privatiza! Agora que a privatização está virar comercialização – avulso do ensino -ninguém sabe como regular esse processo. A solução é partir para mais soluções impensadas, ou mimeticamente copiadas de outros contextos. Neste caso institui-se, por exemplo, uma unidade de controlo de qualidade e acreditação de cursos no ministério da educação e cultura. E aí se pode perguntar. Qualidade? De quê? O problema da privatização (comercialização na verdade) está a ser –inadvertidamente formulado como sendo o da qualidade e não o contrário. Enfim, é essa comercialização, Macdonalizada, que faz com que a gente confunda por motivos de marketing produtos distintos. Na última postagem respondo a tua questão sobre como devemos chamar estas instituições. Na verdade não coloca as coisas nesses termos. Estou preocupado com o tratamento que as devemos dar, mais do que com o seu nome. Aliás o simples facto de eu as designar de pseudo-universidade as coloca num lugar distinto da universidade.<BR/><BR/>PS: Neto enviei-te um e-mail há alguns dias e não tive a tua resposta.<BR/>Estás a usar o yahoo ainda?Patricio Langahttps://www.blogger.com/profile/04256275677204081660noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5045187475369779091.post-30875579821699277712007-10-10T17:10:00.000+02:002007-10-10T17:10:00.000+02:00Caro PatPermita-me “invadir” o seu espaço, para di...Caro Pat<BR/><BR/>Permita-me “invadir” o seu espaço, para dizer o seguinte.<BR/>No essencial estou de acordo consigo, principalmente, no que diz respeito à lógica mercantil, do lucro destas chamadas pseudo-universidades. No entanto, penso que a reflexão não pode se cingir apenas na constatação disso, pois até aquelas que se podem considerar universidades, no sentido estrito do termo, entre nós, já começaram a enveredar pela mesma lógica, no tal discurso de que as universidades devem ser auto-suficientes do ponto de vista financeiro. A sua pergunta na segunda postagem de que, se não estaríamos no país servidos apenas de pseudo-universidades, é nesse sentido pertinente.<BR/>Penso ainda que o maior problema não é das pseudo-universidades em sí, mas é de todo o sistema, o ensino superior. Digo isto porque porque as pseudo-universidades existem hoje e continuarão a surgir outras no futuro.<BR/>para mim o que tem que haver é um regime, não apenas jurídico, mas também, institucional que re-defina o quadro de criação das universidades em Moçambique. Uma coisa é certa; deveremos ter resposta à pergunta: quando e porquê, de se abrir uma nova universidade em Moçambique. Abrimos uma universidade para colmatar alguma lacuna no ensino superior, porque objectivamente é necessário, ou apenas porque apetece a fulano e fulano fazer isso? Está de todo justificado que tenhamos necessidade de todas essas instituições de ensino superior hoje? Apenas porque o quadro legal permite?<BR/>Se não prestarmos atenção nisto, penso que continuaremos a assistir ao surgimento de tantas outras pseudo-universidades, funcionando em paupérrimas condições tal como, você bem diagnosticou em algumas que actualmente estão a funcionar. <BR/>O que quero dizer é que, pessoalmente, acho que o surgimento de novas universidades não é mau em si. Desde que exista um quadro institucional que regule isso, e que sobretudo, defina quando é que se deve abrir uma nova universidade. Para mim isto de abrir uma universidade não pode ser deixado ao livre arbítrio de qualquer um, mesmo que sejam empresários-academicos, e com toda a boa vontade que possa estar por detrás disso. Para mim a Universidade é uma coisa muito séria!<BR/>So para terminar, na primeira postagem da série você escreveu: as pseudo-universidades “não são universidades e assim não devem ser chamadas ou confundidas”. Pergunto: qual a sua proposta, como é que então devem ser chamadas?<BR/><BR/>Enfim, há muito pano para manga. Espero, Patrick, que a sociologia do ensino superior esteja mesmo a emergir em Moçambique, que há muito já era necessária. <BR/><BR/>Aquele Abração de sempre<BR/><BR/>Neto Seq<BR/><BR/>p.s. – me desculpe pelo longo comentário.Anonymousnoreply@blogger.com