Férias desenvolvendo o distrito: Jovens recém graduados regressam a Maputo
“JOVENS recém-graduados das universidades moçambicanas regressaram sexta-feira última a Maputo de mais uma edição de “férias desenvolvendo o distrito”. Trata-se de 250 jovens que durante um mês estiveram a trabalhar em vários distritos do país, com objectivo de aliarem os conhecimentos teóricos adquiridos durante a formação universitária com a prática. A ida deste grupo de jovens aos distritos do país faz parte do Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito, uma iniciativa da Associação dos Estudantes Finalistas e Universitários de Moçambique (AEFUM). Parte destes finalistas que esteve a trabalhar nos distritos das províncias de Sofala e Nampula, no centro e norte do país, respectivamente, chegou a Maputo no início da tarde de sexta-feira. Em entrevista à AIM, alguns destes jovens consideram que a experiência de trabalhar nos distritos foi marcante, uma vez que puderam sentir de perto “o pulsar dos pólos de desenvolvimento”. Este ano o projecto “Férias Desenvolvendo o Distrito” foi marcado pelo início da descentralização do envio de estudantes aos chamados “pólos de desenvolvimento”, bem como pela inclusão de estudantes moçambicanos na diáspora. Próximo ano os jovens estudantes finalistas universitários e recém-graduados do Ensino superior passarão a visitar os distritos das suas próprias zonas de origem, conforme o estabelecido pelo plano estratégico de quatro anos da AEFUM”. (Jornal Notícias)
Pelos vistos, e como seria de esperar, o balanço das férias no distrito foi POSITIVO! Os Jovens recém-graduados puderam “sentir de perto o pulsar dos pólos de desenvovimento”, dito nas suas próprias palavras. Como nem todos sabemos como se mede essa pulsação, principalmente aqueles como eu longe da Pátria-Amada e consequentemente do distrito, que tal se produzissem um relatório da sua experiência. Seria interessante para podermos ter melhores elementos de avaliação do que significa “sentir o pulsar dos pólos de desenvovimento”.
“A racionalização da actividade comunitária não tem (…) por consequência uma universalização do conhecimento relativamente às condições e às relações dessa actividade, mas, o mais das vezes, conduz ao efeito oposto. O “selvagem” sabe infinitamente mais sobre as condições económicas e sociais da sua própria existência do que o “civilizado”, no sentido corrente do termo, das suas.”
7 comments:
alo Patricio.
perdoe-me por nao estar a comentar varios dos temas apresentados é que por vezes me parece mais sensato ouvir e aprender.
Quanto a este artigo, gostei da citaçao de Weber pois desnuda uma crença por vezes dificilmente percebida, a de que o "letrado" pode perceber melhar a realidade do "analfabeto" do que o próprio.
quanto ao relatório que referes, é geralmente produzido e apresentado as insituiçoes que constituem parceiros da AEFUM: Ministerio da Juventude e Desporto, Ministerio da Planificaçao e Desenvolvimento, Presidencia da Republica, só para citar algumas. farei as minhas buscas para ter acesso ao reletório e faze-lo chegar a ti.
penso que na altura de debater esta questao teremos que procurar perceber 2 pontos, para além dos que já enumeraste:
1 - Em que contexto nasce a AEFUM e com que propósito?
2 - Que passos deu e quais sao as suas perspectivas?
abraços
Oi. Haid.
Não tens que me pedir perdão pelas decisões que tomas. Acho até sentato, para usar a tua expressão, opinar apenas quando se tem opinião do que comentar mesmo sem opinião formada. Seria interessante podermos apreciar esse relatório. Espero que o consigas.
Abraço
Joao: Voltei ontem das ferias no distrito. Manuel: O que fizeram la? Joao: Eu assessorei o administrador? Manuel: Sobre? Joao: Eu ajudava ele decidir onde construir as novas escolas. Manuel: E que criterios voce usava para fazer isso, onde voce aprendeu isso? Joao: O dava qualquer opiao. Apenas os nomes sao ficticios, o facto e real.
Melhor seria que o administrador decidisse sozinho(sem acessoria dum recem graduado universitario) pois os erros seriam imputados ao seu nivel academico.
Caro Langa!
Interressante observacao fazes aqui, como era de se esperar!
Muitas vezes reclama-mos sobre a relacao entre Mocambique e os paises do "norte" todavia, a relacao campo vis-a-vis cidade nos moldes de “férias desenvolvendo o distrito” obedece a mesma logica. O apelo a Weber que fazes é bastante interressante pois mostra-nos que o problema nao esta necessariamente no objecto, pode estar no sujeito (como aqui parece ser o caso).
Existe uma outra dimensao do problema que eu gostaria aqui de levantar: a moda em se confundir o distrito com o rural e por corrolario, com o sub-desenvolvido.
Consta-me que o distrito é a unidade basica da divisao do pais, assim sendo, nao ha sequer um pedaco de terra em Mocambique que nao pertenca a algum distrito.
Um grande abraco
alo a todos.
caro anonimo,
Penso que nao foi feliz na caricatura que criou pois nao vejo os fundamentos nos quais se apoiou para a criar. parece-me precipitada a "analise" que faz; Sem ter acedido ao relatorio ja formulou o seu juizo.
atençao para nao colocarmos a carroça em frente aos bois.
abraços
E se eu nao comentasse?!
Eu conjuntamente com uns poucos "amigos" criei isso que se conhece por AEFUM patrona do projecto Ferias Desenvolvendo o Distrito.
Estou conscinte de que o Langa, nao conhece a filosofia do projecto que o HAID tenta fazer entender, pois, foi tambem um dos percursores da iniciativa.
O comentario do Anonymus e tao perplexo quanto o comentario feito pelo meu amigo Nelson. Um dos principios basicos do projecto nao e ir ensinar, fazer ou coisa parecida, e pelo contrario ir aprender, fazer uma simbiose entre a teoria com a pratica, juntar os conhecimentos existentes na esfera distrital, dominados pelas comunidades distritais e a uma abordagem teorica "crua" saida da carteira, para produzir algumas propostas de solucoes para os problemas do distrito. De acordo com o plano todos os Relatorios Anuais que sao conhecidos pela Presidencia da Republica, MJD, MPD, MPF, NU, PNUD, LAM, etc, UEM, ISRI, UP,UDM, etc, etc, serao compilados em obra bibliografica, e posso te adiantar que estao respondidas grandes partes das inquietacoes que o Langa gostaria de saber.
Um aparte: Nelsn e Anonymus
Assessorar nao e sinonimo de mandar, ou ordenar, e sim dar uma opniao sobre os aspectos que o Dirigente o solicita, que pode ser tomada em conta ou nao. Basicamente esta opniao e feita com base em pressupostos academicos, experiencia de trabalho, e ate com base em meras leituras analiticas dependendo do meio.
Um abraco
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