Mentalidade etnico-regionalista
O sociólogo Elísio Macamo publicou no seu blog um texto extremamente importante. Trata-se de uma interpelação a um outro texto escrito por Jonathan McCharthy, igualmente, em seu blog. A maneira problemática como alguns de nós debatemos e sustentamos logicamente argumentos na nossa esfera publica continua a ser o aspecto central que informa o texto de Macamo. A lucidez e clarividência do argumento apresentado no texto por si justificam a sua importância didáctica, para não falar da incisiva crítica a natureza incendiária do texto de McCharthy. É um texto, o de Macamo, recomendável para qualquer aula sobre como as identidades sociais podem ser manipuladas e instrumentalizadas para fins políticos inconfessáveis.
Em preparação para uma conferência na Alemanhã estou a reler alguns livros. Vou destacar dois. Um dos livros é dum economista Indiano, Amartya Sen. O título do livro é: “Identity and Violence: The Illusion of Destiny”. Sen é mais conhecido pela sua obra na economia, onde desenvolveu a ‘teoria do desenvolvimento como liberdade’, que lhe valeu o prémio Nobel. O livro que estou a lêr tem um caracter mais filosófico que economicista e versa sobre a identidade e violência.
Ao lêr o texto do Elísio Macamo achei interessante a similaridade do seu argumento com aquele apresentado no livro de Sen. Esse argumento, no meu entender, capta profundamente o sentido do perígo que a escrita de McCharthy e muitos outros pode representar pelas suas consequências. O texto de Macamo não só denuncia os problemas lógicos de argumentação, mas como as identidades podem ser instrumentalmente usadas para fins políticos inconfessáveis e até culminar em actos de brutalidade.
O argumento de Sen, no livro que mencionei, é de que o conflito e a violência, em muitos países, são sustentados pela ilusão de uma identidade unica. Assim, por exemplo, os iludidos achariam que existe uma colectividade unica chamada “os do sul” que dominam a outra – “os não do sul”. O mundo é visto como estando dividido em pares binários simples de religiões (culturas ou civilizações) ou regiões (pontos cardinais), ignorando-se outras formas relevantes em que as pessoas se podem identificar tais como, classe, género, profissão, língua, literatura, ciência, música, moral, política etc. Negam-se assim as reais possibilidades de multiplas pertenças identitárias e se impõe catégorias rigidas de pertença. Os filhos do ex-presidente da República, Joaquim Chissano com Marcelina Chissano, são “do Sul” ou do “Norte”? Vivo com um amigo Moçambicano, nascido em Pemba, cujo apelido é similar ao meu: Langa. O meu amigo é do “Sul” ou do “Norte”? Já agora, “Jonathan McCharthy” que podia ser nome de qualquer residente do Cabo na África do Sul ou de um outro canto do planeta; em Moçambique, os McCharthy, são Machanganas, Macondes, Marrongas, Machopes, do Sul, centro ou do Norte? Se um McCharthy fosse ministro iria engordar as fileiras dos do “sul”, “centro” ou do “norte”? Pode um McCharthy ser Ndau, Sena, Machangane ou Chope? Como podem ver as nossas identidades são mais complexas do que os rótulos simplistas que alguns querem forçosamente nos atribuir.
O que gerou o genocídio no Ruanda, como se apressam alguns a concluir, não foram as identidades Hutu e Tusti, nem o dominio destes sobre aqueles, mas a redução das multiplas identidades dos ruandeses a simples pares binários em oposição considerados fundamentais. Como diz e bem Sen, “O Hutu trabalhador de Kigali pode ser pressionado a ver-se a si próprio apenas como Hutu e incitado a matar os Tutsis, ainda assim ele não é apenas Hutu, mas também Kigalês, Ruandês, Africano, Trabalhador, e acima de tudo ser humano”. Com o reconhecimento da pluralidade das nossas identidades e suas diversas implicações, existe uma necessidade crítica de ver as identidades como algo passível de ser determinado por escolhas em função da relevância de pertencas particulares que são inexerávelmente diversas. Não quer com isso dizer que não existem contrangimentos na escolha, mas esse é outro assunto.
Assassinos de identidades
O segundo livro que estou a reler é de Amin Maalouf, um jornalista e escritor Francês, de origem Libanesa. Escreveu um livrinho que se tornou muito popular intitulado: “Identidades assassinas”. Maalouf, mais ou menos na senda de Sen, procura perceber porque as pessoas cometem crimes em nome da religião, etnia, nacionalidade ou outras formas de identidade. Maalouf questiona-se sobre como as ‘identidades que matam’ são produzidas e sustentadas. No fundo as identidades não são por si só assassinas, mas é o assassino da multiplicidade e fluidez das identidades que gera as identidades assassinas. O que me interessa realçar é que não só existem ‘identidades assassinas’ a la Maalouf como existem os assassinos de identidades. Os assassinos das identidades reduzem-nos a categorias unitárias de pertença. Os assassinos das identidades matam as nossas multiplas pertenças estabelecendo níveis hierárquicos entre elas e atribuindo primordialidade a aquela que eles consideram fundamental. Assim para os assassinos das identidades deixamos de ser, pais, filhos, irmãos, vizinhos, católicos, muçulumanos, estudantes, políticos de diferentes partidos, membros de grupos corais e por ai em diante, sendo algumas destas pertenças as que mais sentido fazem a nossa existência quotidiana, e somos forçados a ser fundamentalmente “os do sul” ou “os não do sul”. Estas últimas não raras vezes só nos ocorrem quando impostas pelos assassinos das nossas multiplas pertenças.
O assassino das identidades é aquele que saí por aí contando quantos no sector publico são do Sul, Centro ou Norte, do Este ou Oeste, do Sudeste ou Nordeste usando critérios duvidosos; aquele que saí por aí identificando quem no sector privado é Machangana, Ronga, Bitonga, Ndau, Sena ou Macua e a partir desse exercício estatístico problemático conclui que há dominação de uns sobre os outros, daqueles sobre estes, sem primeiro estabelecer em que consiste cada uma dessas categorias. Essa pessoa não está a apontar algum problema, ela é que constitui o problema e ainda não se deu conta porque não fez um exercício fundamental de introspenção. Antes de acusar o outro de ser ‘etnico-regionalista’ pergunta te a ti próprio se não existe um te habitando o pensamento. A mentalidade etnico-regionalista pre-existe a etnia e a região. Em suma, um assassino de identidades, portanto, é aquele que por causa da sua mentalidade etnico-regionalista reduz a complexidade das possibilidades de pertença das pessoas a hierarquia e número signicante para criar pares binários de confrontação e satisfazer a sua mentalidade etnico-regionalista.
Identidades multiplas e competitivas
Uma pessoa como, eu, com multiplas percenças, é reduzida ao é “do Sul”, logo dominante!Não sabia que tinha todo esse poder. No entanto, a minha experiência existêncial remete-me para tantas outras colectividades de pertença. As minhas multiplas identidades são simplesmente escamoteadas, assassinadas pela mentalidade etnico-regionalista. A hieraquia dessas colectividades nem sempre coloca o "sul" em primeiro lugar. Sou do sul, talvez, quando alguém me lembra que não sou do norte, mas também sou do centro da província de Gaza e do norte de Maputo. Penso como alguém que estudou em Xai-Xai, Maputo, Brasil, Africa do Sul, Noruega e por aí em diante. As minhas preferências políticas são informadas pela minhas trajectorias, profissão, género, classe, amizades etc. Tenho mais amigos na blogosfera do que aqueles com quem convivo face-a-face. Na infância tinha mais amigos do Xai-Xai, mais primos em Maputo e Inhambane, tios na Beira e Quelimane, paí enfermeiro que fez um terço da carreira em Nampula, Montepuez e Pemba onde nasceu um dos meus irmãos. Já agora, o meu irmão que nasceu em Pemba é do sul ou do norte? A medida que foi crescendo fui tendo menos amigos de Xai-Xai e mais amigos de Moçambique. Hoje tenho mais amigos do mundo do que do meu país.
Desses amigos quase nunca me interessa a sua pertença regional. Fui membro da associação de estudantes de pós-graduação no Cabo, não me recordo de saber qual é a proveniência regional ou nacional dos vários associados. Alguns eram moçambicanos, mas também tinham outras pertenças naquele contexto. Pertenço a diferentes associações de amigos, de música, de praticantes de desporto e de residentes. Enfim, todas essas colectividades informam e formam a minha identidade e nenhuma delas é essencialmente essencial (passe a redundância) estando algumas em permanente competição. Porque devo aceitar que alguém assassine as minhas multiplas pertenças, em nome da ilusão do dominio do sul? Moçambicanos do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico, uni-vos e restistam aos assassinos da nossas multiplas identidades.
O sociólogo Elísio Macamo publicou no seu blog um texto extremamente importante. Trata-se de uma interpelação a um outro texto escrito por Jonathan McCharthy, igualmente, em seu blog. A maneira problemática como alguns de nós debatemos e sustentamos logicamente argumentos na nossa esfera publica continua a ser o aspecto central que informa o texto de Macamo. A lucidez e clarividência do argumento apresentado no texto por si justificam a sua importância didáctica, para não falar da incisiva crítica a natureza incendiária do texto de McCharthy. É um texto, o de Macamo, recomendável para qualquer aula sobre como as identidades sociais podem ser manipuladas e instrumentalizadas para fins políticos inconfessáveis.
Em preparação para uma conferência na Alemanhã estou a reler alguns livros. Vou destacar dois. Um dos livros é dum economista Indiano, Amartya Sen. O título do livro é: “Identity and Violence: The Illusion of Destiny”. Sen é mais conhecido pela sua obra na economia, onde desenvolveu a ‘teoria do desenvolvimento como liberdade’, que lhe valeu o prémio Nobel. O livro que estou a lêr tem um caracter mais filosófico que economicista e versa sobre a identidade e violência.
Ao lêr o texto do Elísio Macamo achei interessante a similaridade do seu argumento com aquele apresentado no livro de Sen. Esse argumento, no meu entender, capta profundamente o sentido do perígo que a escrita de McCharthy e muitos outros pode representar pelas suas consequências. O texto de Macamo não só denuncia os problemas lógicos de argumentação, mas como as identidades podem ser instrumentalmente usadas para fins políticos inconfessáveis e até culminar em actos de brutalidade.
O argumento de Sen, no livro que mencionei, é de que o conflito e a violência, em muitos países, são sustentados pela ilusão de uma identidade unica. Assim, por exemplo, os iludidos achariam que existe uma colectividade unica chamada “os do sul” que dominam a outra – “os não do sul”. O mundo é visto como estando dividido em pares binários simples de religiões (culturas ou civilizações) ou regiões (pontos cardinais), ignorando-se outras formas relevantes em que as pessoas se podem identificar tais como, classe, género, profissão, língua, literatura, ciência, música, moral, política etc. Negam-se assim as reais possibilidades de multiplas pertenças identitárias e se impõe catégorias rigidas de pertença. Os filhos do ex-presidente da República, Joaquim Chissano com Marcelina Chissano, são “do Sul” ou do “Norte”? Vivo com um amigo Moçambicano, nascido em Pemba, cujo apelido é similar ao meu: Langa. O meu amigo é do “Sul” ou do “Norte”? Já agora, “Jonathan McCharthy” que podia ser nome de qualquer residente do Cabo na África do Sul ou de um outro canto do planeta; em Moçambique, os McCharthy, são Machanganas, Macondes, Marrongas, Machopes, do Sul, centro ou do Norte? Se um McCharthy fosse ministro iria engordar as fileiras dos do “sul”, “centro” ou do “norte”? Pode um McCharthy ser Ndau, Sena, Machangane ou Chope? Como podem ver as nossas identidades são mais complexas do que os rótulos simplistas que alguns querem forçosamente nos atribuir.
O que gerou o genocídio no Ruanda, como se apressam alguns a concluir, não foram as identidades Hutu e Tusti, nem o dominio destes sobre aqueles, mas a redução das multiplas identidades dos ruandeses a simples pares binários em oposição considerados fundamentais. Como diz e bem Sen, “O Hutu trabalhador de Kigali pode ser pressionado a ver-se a si próprio apenas como Hutu e incitado a matar os Tutsis, ainda assim ele não é apenas Hutu, mas também Kigalês, Ruandês, Africano, Trabalhador, e acima de tudo ser humano”. Com o reconhecimento da pluralidade das nossas identidades e suas diversas implicações, existe uma necessidade crítica de ver as identidades como algo passível de ser determinado por escolhas em função da relevância de pertencas particulares que são inexerávelmente diversas. Não quer com isso dizer que não existem contrangimentos na escolha, mas esse é outro assunto.
Assassinos de identidades
O segundo livro que estou a reler é de Amin Maalouf, um jornalista e escritor Francês, de origem Libanesa. Escreveu um livrinho que se tornou muito popular intitulado: “Identidades assassinas”. Maalouf, mais ou menos na senda de Sen, procura perceber porque as pessoas cometem crimes em nome da religião, etnia, nacionalidade ou outras formas de identidade. Maalouf questiona-se sobre como as ‘identidades que matam’ são produzidas e sustentadas. No fundo as identidades não são por si só assassinas, mas é o assassino da multiplicidade e fluidez das identidades que gera as identidades assassinas. O que me interessa realçar é que não só existem ‘identidades assassinas’ a la Maalouf como existem os assassinos de identidades. Os assassinos das identidades reduzem-nos a categorias unitárias de pertença. Os assassinos das identidades matam as nossas multiplas pertenças estabelecendo níveis hierárquicos entre elas e atribuindo primordialidade a aquela que eles consideram fundamental. Assim para os assassinos das identidades deixamos de ser, pais, filhos, irmãos, vizinhos, católicos, muçulumanos, estudantes, políticos de diferentes partidos, membros de grupos corais e por ai em diante, sendo algumas destas pertenças as que mais sentido fazem a nossa existência quotidiana, e somos forçados a ser fundamentalmente “os do sul” ou “os não do sul”. Estas últimas não raras vezes só nos ocorrem quando impostas pelos assassinos das nossas multiplas pertenças.
O assassino das identidades é aquele que saí por aí contando quantos no sector publico são do Sul, Centro ou Norte, do Este ou Oeste, do Sudeste ou Nordeste usando critérios duvidosos; aquele que saí por aí identificando quem no sector privado é Machangana, Ronga, Bitonga, Ndau, Sena ou Macua e a partir desse exercício estatístico problemático conclui que há dominação de uns sobre os outros, daqueles sobre estes, sem primeiro estabelecer em que consiste cada uma dessas categorias. Essa pessoa não está a apontar algum problema, ela é que constitui o problema e ainda não se deu conta porque não fez um exercício fundamental de introspenção. Antes de acusar o outro de ser ‘etnico-regionalista’ pergunta te a ti próprio se não existe um te habitando o pensamento. A mentalidade etnico-regionalista pre-existe a etnia e a região. Em suma, um assassino de identidades, portanto, é aquele que por causa da sua mentalidade etnico-regionalista reduz a complexidade das possibilidades de pertença das pessoas a hierarquia e número signicante para criar pares binários de confrontação e satisfazer a sua mentalidade etnico-regionalista.
Identidades multiplas e competitivas
Uma pessoa como, eu, com multiplas percenças, é reduzida ao é “do Sul”, logo dominante!Não sabia que tinha todo esse poder. No entanto, a minha experiência existêncial remete-me para tantas outras colectividades de pertença. As minhas multiplas identidades são simplesmente escamoteadas, assassinadas pela mentalidade etnico-regionalista. A hieraquia dessas colectividades nem sempre coloca o "sul" em primeiro lugar. Sou do sul, talvez, quando alguém me lembra que não sou do norte, mas também sou do centro da província de Gaza e do norte de Maputo. Penso como alguém que estudou em Xai-Xai, Maputo, Brasil, Africa do Sul, Noruega e por aí em diante. As minhas preferências políticas são informadas pela minhas trajectorias, profissão, género, classe, amizades etc. Tenho mais amigos na blogosfera do que aqueles com quem convivo face-a-face. Na infância tinha mais amigos do Xai-Xai, mais primos em Maputo e Inhambane, tios na Beira e Quelimane, paí enfermeiro que fez um terço da carreira em Nampula, Montepuez e Pemba onde nasceu um dos meus irmãos. Já agora, o meu irmão que nasceu em Pemba é do sul ou do norte? A medida que foi crescendo fui tendo menos amigos de Xai-Xai e mais amigos de Moçambique. Hoje tenho mais amigos do mundo do que do meu país.
Desses amigos quase nunca me interessa a sua pertença regional. Fui membro da associação de estudantes de pós-graduação no Cabo, não me recordo de saber qual é a proveniência regional ou nacional dos vários associados. Alguns eram moçambicanos, mas também tinham outras pertenças naquele contexto. Pertenço a diferentes associações de amigos, de música, de praticantes de desporto e de residentes. Enfim, todas essas colectividades informam e formam a minha identidade e nenhuma delas é essencialmente essencial (passe a redundância) estando algumas em permanente competição. Porque devo aceitar que alguém assassine as minhas multiplas pertenças, em nome da ilusão do dominio do sul? Moçambicanos do Rovuma ao Maputo, do Zumbo ao Índico, uni-vos e restistam aos assassinos da nossas multiplas identidades.
19 comments:
Parabéns Patrício, por este texto lúcido. Cada um de nós deveria ser deixado em paz para viver as suas múltiplas identidades sem medo, sem chantagens, sem ameaças. Os argumentos de pessoas como Jonathan, a serem levados até às últimas consequências, obrigariam a indagar quem é ele? é preto? é mestiço? vive a onde?
Mas me pergunto, as respostas àquelas perguntas seriam fundamentais para concluir se o seu argumento é plausível ou não? Julgo que não.
Eu sou uma pessoa originária de Muecate que fez toda a vida no Xai-Xai. Minha mulher é de Maciene e meus filhos são de Xai-Xai. Devo concluir, na base dos argumentos regionalizadores que eles, os meus filhos, dominam Moçambique?
Mas onde que andam o langa e macamo quando os discursos tribalistas e racistas pupulam a comecar por um director dum órgao da imprensa contra o Edil da Beira? O pecado do Jonathan é interrogar sobre uma coisa? Quem são os perigosos? Quem manipula quem? Não estao a repetir actos de Nachingweia e Mtelela?
Cuidado com todo o tipo de manipulacão.
Patrício,
Interessante reflexão. Apresenta um ângulo interessante de vermos esta questão da pertença a determinada região. Mas é uma forma de ver; existe aquela do Jonathan.
O que é que determina a pertença a cada uma das regiões? A nascença? Se sim, então o nosso PR todo poderoso, é de Nampula e cai por terra o argumento sulista. É o apelido? O que é? É complicado.
Há coisas que nós que fomos bafejados pela sorte da escolarização e temos acesso a informação deviamos abordar de outra forma. Infelizmente as coisas não se passam assim. Transpomos para determinadas rodas debates eivados de um senso comum excessivamente elevado.
É importante questionar muitas das coisas que vemos e o Jonathan está no direito de fazê-lo. Não será por ai que será ostracisado. Mas, nem sempre a régua e o esquadro que nos ajudam a traçar as linhas são os instrumentos mais adequados para analisarmos determinados fenómenos. Como diz o Nelson lá no seu "mundo" é necessário questionar sempre, mesmo as coisas que nos parecem mais evidentes.
Se me apegar ao "sulismo" pela fatalidade de ter nascido em Manjacaze, desfaço-me dos laços afectivos que tenho com as gentes de Chibabava que entraram na minha família por me ter apaixonado por uma mulher que tem pai Mondlane (por acaso nascido na mesma região) e uma mãe Dhlhakama... terei que olhar de esguelha os meus cunhados (Mondlanes) nascidos em Cabo Delgado, Nampula e por aí além... se calhar terei que renunciar a amizade (ainda virtual) que nutro pelo Jonathan e muitos outros que não são "sulistas"...
mas, de verdade, não posso me desfazer de tudo isso... todas essas misturas me fazem quem sou
Caro Mutisse. Excelente intervencao. a maneira como aborda o assunto e bastante pertinente, pois nao tenta argumentar com base na tal logica assumidamente cientifica. Vivemos imensamente dentro de um senso comum.
Visite o blog do prof. macamo e pode ver a minha contribuicao no assunto em relacao a unidade naciona, uma critica do Elisio ao artigo de Jonathan.
Aguardo pela tua reaccao
esta de parabens
Rildo Rafael
Oh Júlio Mutisse,
lamento dizer-te que embora te facas de um espetalhão não vas a neutralidade nas análises. Para um pensameto nacional precisa-se mais do que a manipulacão que fazes, Mutisse. Vejamos: Quando Samora Machel indicou Guebuza como governador da província de Nampula em 1984, ele recusou. Sabes disso? Machel estava indirectamente respondendo as exigências da Renamo, isso claramente. Entretanto, näo seria Mutisse a determinar se Armando Guebuza era de Nampula. Guebuza nasceu em Murupula sei lá se foi por coincidência, mas sei que nunca se identificou como nampulense ou macua, pelo contrário, Armando Guebuza foi presidente dos rongas.
Obrigado Rildo irei lá ver.
Anónimo, acho que, essencialmente, percebeste a mensagem que queria fazer passar. Acho que compreendes igualmente o paradigma identitário por detrás dos fenómenos de pertença que são aqui aludidos. É que da mesma forma que nos dás esta "visão histórica" de um Guebuza que não se identificou com Morrupula, é sinal de que compreendes que, mais do que nascer num sitio, há outras coisas que devem ser levadas em consideração quando queremos elaborar sobre a "pertença" de um indivíduo seja lá o que for. Por isso retomo para si, as questões que coloquei acima.
É por isso que, para mim, o mais importante, é valorizar o conjunto de laços que, ao longo da vida, fui criando com pessoas de todo o lado que se evaporariam se vincasse pertenças de um lado ou do outro. Procuro me concentrar no que me une às várias pessoas queridas que me cercam do que o que, potencialmente, nos pode separar. Nessa minha preocupação tenho tido mais alegrias e aprendizagens do que tristezas. É que, no dia em que for discutir "sulismos" e "centrismos" e os defeitos de um ou outros, com minha sogra, por exemplo, estarei a minar muita coisa.
Agora, se a si meu caro anónimo, conviver dessa forma com as pessoas que me rodeiam, procurar que essa formúla que eu acho viável se multiplique pelos demais é manipulação... cabe ao seu juízo. Se o pensamento nacional tem que ser encontrado nas nomeações presidenciais (e isso é o relevante para si) eu só posso lamentar.
Prefiro antes, como diz o Simbine citado no Blog do próprio Jonathan, começar DE CASA, a cultivar nas minhas filhas, uma convivência saudável com toda a gente, ensinar-lhes a valorizar toda a gente independentemente de ser de Chibabava ou de Manjacaze; a amarem os Mutisses, Mondlanes e Dlhakamas e toda a gente que os circunda sem se preocuparem com a região de onde vem... dessa forma meu caro ANÓNIMO, sinto estar a contribuir para um pensamento nacional, a partir de um espaço pequeno que é a minha casa, a minha família.
Prefiro ensinar às minhas filhas, que o PR, não escolhe os membros do seu executivo em função da pertença a determinada região mas que o que releva nisso, é a confiança política e outras coisas. Prefiro ensiná-las a acreditar e a cultivarem a crença de que na diferença podemos cimentar a união e vivermos em paz.
Mutisse
Analise interessante ... pertinente para Mocambique onde o problema da identidade eh extremo ... quem determina a ordem de identidade ... sera que somos Mocambicanos antes de Africanos? ... Africanos antes de Humanos? E porque somos tao sensiveis a esses topicos? Lavagem cerebral ou pura identidade?
Patrício Langa, é problemático não olhar para outros determinantes quando falamos da identidade mas é mais ainda ignorar a força dessas pertenças identitárias para nossa (im)parcialidade na vida socio-político e económica. abraços.
Eu não vou cometer a “ingenuidade” de acreditar que uma tragédia humana nas proporções do genocídio de Ruanda tenha sido resultado duma “mera” manipulação de identidades seja lá oque for que isso(manipulação de identidades) signifique em termos mais “reais” pois mesmo que assim fosse, para que essa manipulação tivesse “sucesso” nos moldes do genocidio, teria que contar com um "terreno fertil", com um sentimento “latente” já existente nas massas manipuladas. É nossa obrigação evitar essa "fertilizacao". Procurar entender porque existe esse sentimento e não ignora-lo, “crucificando” os que questionadores(chamando-lhes de incediadores). Para mim o perigo não está em textos como o de Jonathan,por mais incediarios e superficiais que os consideremos, está sim no “sentimento” que existe e é real em alguns(não sei exactamente quantos moçambicanos). A "sugestão" de Elisio Macamo algures segundo qual melhor reação aos pontos de vista como de Jonathan é ignora-lo é quanto a mim deveras “lamentável”. Diz Macamo que se os proponentes subirem ao poder perceberão outras identidades. E que tal se ao subirem ao poder deciderem traduzirem em actos esse sentimento que vai se “fermentando” neles?
Em primeiro lugar gostaria de saber realmente a diferenca entre argumentos coerentes e a propria realidade em si.
Uma coisa sao criterios do debate, argumentacao logica, outra coisa seria constatar na propria realidade a tal dominicao.
O hiato entre o saber e o ser, ou seja, que nao proporcione a distancia irremediavel entre o que pensamos sobre a realidade, o que ela e e o que pode ser.
Esperei que ao abordarem da dominacao, podessem especificar que tipo de dominacao se referem? Acho que tambem ha dificuldade das pessoas argumentarem que o sul nao domina norte?
Talvez poderia ser mais util justificar que o "norte" nao e dominado pelo "Sul" Outro aspecto que quanto a mim relevante seria procurar saber, fora dos factos matematicos, onde este tipo de posicionamento em relacao a dominacao do sul encontra seus alicerces?
O que faz tantas pessoas pensarem assim? sera o mero acaso? Porque as pessoas do sul nao tem a ideia que o norte domina o sul? o que faz eles nao terem este ponto de vista? sera que ser do sul, centro, norte confere alguma vantagem as pessoas? em que situacao? onde? Como? sera que as pessoas activam estas identidades regionais ou ocultam? Como as pessoas do sul encaram esta acusacao? festejam? ou Negam tal facto? As pessoas do sul tem conhecimento deste discurso?
Ha tanta confusao neste debate por vezes confundimos identidade nacional, unidade nacional com a propalada dominacao do sul? seria pertinente na discussao clarificar estes conceitos! sabemos nos que as identidades se processam na dicotomia nos e os outros num processo sincronico (eu) e diacronico (na relacao com os outros, trajectorias). vamos discutir calmamente a questao.
Penso que F. Carvalho toca numa questao essencial "Porquê não pensarmos numa centralização do desenvolvimento na cidade capital, que para mim é uma cidade cosmopolita, e não há como dizer que este desenvolvimento beneficia esta ou aquela etnia"
Realmente bela questao, mas o Carvalho esta no Maputo, pensa num cidadao que pretende concorrer a uma vaga para o Ministerio da Agricultura para uma vaga em Maputo mas ele se encontra em Cabo Delgado, sera tem a mesma oportunidade? As entrevistas sao no Maputo? As oportunidades? pense em muitos jovens que dispoem de oportunidades em Maputo nos ministerios. Ai Carvalho os anuncios de Vaga do Jornal noticias apenas sao nacionais para os olhos dos que vivem em Pemba, Inhambane, Tete, Xai-Xai. Ha que repensarmos neste assunto, porque estes individuos nao podem deslocar-se a Maputo facilmente. Se pensarmos na cidade de Maputo Cosmopolita!!!
Penso que a forma como se esta a debater e muito cumplicado. Vou sugerir que invertamos os papeis (Alguem do Sul, deveria provar que o sul domina o norte e o do norte deveria argumentar que o norte nao e dominado pelo sul... risos, assim ultrapassavamos os rotulos. Sera!!!
Para que estes debates nao sejam vistos como incediarios devemos olhar a realidade como nao como uma luta mas sim como uma procura e construcao. Nao tenhamos vergonha e receios em abordar ou levantar problemas para a discussao, mesmo que sejam falsos problemas, pois so assim que se poe partilhar ideias
Abracos a todos pelas excelentes contribuicoes.
Rildo Rafael
Em primeiro lugar gostaria de saber realmente a diferenca entre argumentos coerentes e a propria realidade em si.
Uma coisa sao criterios do debate, argumentacao logica, outra coisa seria constatar na propria realidade a tal dominicao.
O hiato entre o saber e o ser, ou seja, que nao proporcione a distancia irremediavel entre o que pensamos sobre a realidade, o que ela e e o que pode ser.
Esperei que ao abordarem da dominacao, podessem especificar que tipo de dominacao se referem? Acho que tambem ha dificuldade das pessoas argumentarem que o sul nao domina norte?
Talvez poderia ser mais util justificar que o "norte" nao e dominado pelo "Sul" Outro aspecto que quanto a mim relevante seria procurar saber, fora dos factos matematicos, onde este tipo de posicionamento em relacao a dominacao do sul encontra seus alicerces?
O que faz tantas pessoas pensarem assim? sera o mero acaso? Porque as pessoas do sul nao tem a ideia que o norte domina o sul? o que faz eles nao terem este ponto de vista? sera que ser do sul, centro, norte confere alguma vantagem as pessoas? em que situacao? onde? Como? sera que as pessoas activam estas identidades regionais ou ocultam? Como as pessoas do sul encaram esta acusacao? festejam? ou Negam tal facto? As pessoas do sul tem conhecimento deste discurso?
Ha tanta confusao neste debate por vezes confundimos identidade nacional, unidade nacional com a propalada dominacao do sul? seria pertinente na discussao clarificar estes conceitos! sabemos nos que as identidades se processam na dicotomia nos e os outros num processo sincronico (eu) e diacronico (na relacao com os outros, trajectorias). vamos discutir calmamente a questao.
Penso que F. Carvalho toca numa questao essencial "Porquê não pensarmos numa centralização do desenvolvimento na cidade capital, que para mim é uma cidade cosmopolita, e não há como dizer que este desenvolvimento beneficia esta ou aquela etnia"
Realmente bela questao, mas o Carvalho esta no Maputo, pensa num cidadao que pretende concorrer a uma vaga para o Ministerio da Agricultura para uma vaga em Maputo mas ele se encontra em Cabo Delgado, sera tem a mesma oportunidade? As entrevistas sao no Maputo? As oportunidades? pense em muitos jovens que dispoem de oportunidades em Maputo nos ministerios. Ai Carvalho os anuncios de Vaga do Jornal noticias apenas sao nacionais para os olhos dos que vivem em Pemba, Inhambane, Tete, Xai-Xai. Ha que repensarmos neste assunto, porque estes individuos nao podem deslocar-se a Maputo facilmente. Se pensarmos na cidade de Maputo Cosmopolita!!!
Penso que a forma como se esta a debater e muito cumplicado. Vou sugerir que invertamos os papeis (Alguem do Sul, deveria provar que o sul domina o norte e o do norte deveria argumentar que o norte nao e dominado pelo sul... risos, assim ultrapassavamos os rotulos. Sera!!!
Para que estes debates nao sejam vistos como incediarios devemos olhar a realidade como nao como uma luta mas sim como uma procura e construcao. Nao tenhamos vergonha e receios em abordar ou levantar problemas para a discussao, mesmo que sejam falsos problemas, pois so assim que se poe partilhar ideias
Abracos a todos pelas excelentes contribuicoes.
Rildo Rafael
Rildo Rafael, levanta questões pertinentes de facto eu sou também contra o olhar de acantonamento do desabrochar dos outros porque se não a entiqueta vai lhes retirar do todo! olha eu fico muito preocupado com isso porque infelizmente esse problema está sendo transmitido como um valor a preservar!
Ora, o princípio de identidade diz que "uma mesma proposição não pode ser ao mesmo tempo verdadeira e falsa, sob a mesma relação e enuncia A=A". perante isto, como é que afirmamos que Sul=Sul dentro do contexto integrativo chamado unidade nacional? esse é um ponto, o segundo seria ainda na mesma linha chamarmos Moçambique=Moçambique? quando ele é circunstancialmente diferente! Eu acho que o debate centra-se aqui. por que o patrício não reconhece o A? talvez o mesmo não se identifica como tal! se quizer continuar a procura de motivo/razão/causa, notaremos que a natureza parcial do A, a sua pertença nesta ou na quela nação determinam a sua identidade! já viu como é que não existe assassinos nisto! Por que seria assassino se o meu eu achar que a parcialidade do autor deste blog está relacionada com a sua identidade?
Patrício
lendo o texto de Macamo, parece-me que o problema que ele trouxe para o debate já fora solucionado por Platão, ao tentar mediar o conflito teórico entre Parmênides e Heráclito: o repouso e o movimento; o Uno e o Múltiplo: o Ser é e o não Ser não é.
Platão afirma que o não Ser também é É sob certo aspecto e, o Ser, por sua vez, não. Este argumento pode ser aplicado ao raciocínio de Macamo, podendo também ser útil para criticá-lo: o Ser Pai,filho, professor, etc.. como múltiplas pertenças, não exclui ser do Sul, Norte, Centro, Sudeste, etc...
Penso que o obra de Castells "O poder da Identidade" pode ser fecunda para o debate.
Abraços
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