Friday, March 28, 2008

Breve retorno!

E os acontecimentos que não se manifestam?!

As vezes desejava que os acontecimentos também se zangassem, como os Moçambicanos, e fizessem manifestações violentas. É que assim eles se paralisavam, como aquelas fazem ao país. Todavia, como sabeis, os acontecimentos não fazem manifestações e como tal tivemos desde que me ausentei do blog vários dignos de referência e análise. Por exemplo, houve exonerações relâmpago de ministros, para as quais não faltaram explicações. Como habitual, especulativas e redundantes na sua essência analítica. Em cada exoneração, os nossos analístas, repetem a mesma ladainha com linguajar metafórico diferente. Chicotada “psicológica”, “vassourada”, Guebuziana e por ai em diante. Pouco nos damos a pensar no nosso sistema político de forma analíticamente criativa. Poucos se questionam, por exemplo, sobre o que significa exonerar no nosso contexto. Se dantes debatiamos a ausência de exonerações, hoje debatemos a exagero das mesmas. Os critérios para sabermos quando é que o exagero é exagero, nada! Isso é assunto para lunáticos. Não acompanhei, mas acredito que depois das exonerações discutiu-se sobre se a medida do presidente era acertada ou errada. Quando é que uma medida de Guebas é acertada ou errada, no entanto, diariam alguns, é matéria para filosofos. E assim vai o país! A mais recente das medidas Guebuzianas foi a exoneração do Ministro da defesa. Para está as teorias 4x 4 - ( só para lembrar, chamo T4x4 aquelas que explicam tudo, e cujo princípio analítico reside na matriz- só pode ser!) – a todo custo encontraram relação forçosa com o 22 de Março do ano passado. Pode até existir! Mas que relevância analítica isso têm, se não sabemos e nunca dsicutímos os críterios que regulam e/ou normatizam a acção do presidente? Tudo, que se fez, e se faz ainda é especular.

Bom, não e minha intenção fazer um rescaldo de acontecimentos que me ultrapassaram. No entanto, permitam-me mais alguns palavrinhas. Ziqo! “Maboazuda” voltou a subir e desta vez a maneira de Dog-Style (estílo de cão). As T 4x4 encontraram logo um modelo racionalizador da coisa e ziqo virou um “ismo”. sugeriu-se algures a ideia de que no país ninguém estuda sexualidade. E eu que achava que malta Emídio Gune e Sandra Manuel -, só para citar dois exemplos bem conhecidos - um mestrando e outro mestrado e com o doutoramento em curso com tema sobre a sexualidade – fossem Moçambicanos!

Houve mais acontecimentos que não se manifestaram. Aconteceram! O grande Zimbabwe. Não aquele do Monoputapa, claro! O do uncle Bob(tio Bob), está na ordem do dia. É mesmo uma questão quente. Estava há dias na cidade Brasileira de Porto-Alegre no Estado do Rio Grande do Sul e o espírito do Mugabe me perseguiu. Depois de uma caipirinha lá veio o debate sobre o Tio BOB! Regressado ao Cabo, não se fala em outra coisa é só fazer “catla” num sinal de rádio ou TV e lá está o Zimbabwe. Infelizmente, neste assunto também abunda a mesma pobreza analítica. Ninguem, melhor poucos estão a debater as eleições no Zimbabwe. A questão central - como vi num programa de TV, hoje, que supostamente reportava os preparativos das eleições – é Mugabe must go! (Mugabe deve ir). Eu também acho que Mugabe devia partir. Só não acho, como alguns analístas, que Mugabe partir perdendo é a única possibilidade de as eleições serem livres e justas. É que o critério de legitimidade das eleições passou a ser a saida de Mugabe. Se Mugabe ganha logo – necessariamente - as eleições foram fraudulentas. Este e o critério de justiça dos críticos de Mugabe! Claro, como Mugabe já está demonizado – não custa sustentar que as eleições foram fraudulentas. Na verdade é no acto da vitória de Mugabe- se assim acontecer- que elas se tornaram fradulentas. Assim como será no acto da sua derrota- se isso acontecer- que num golpe mágico se tornaram livres e justas! Enfim, imagino o que imaginam de mim por pensar assim! Na conversa que tive em Porto-Alegre disse uma coisa que repito aqui: Mugabe é um probléma sério, mas não é o problema sério do Zimbabwe!

Hoje fico por aqui. Na verdade vim apenas, de forma abrangente, pedir perdão aos meus leitores assíduos pela longa ausência sem aviso prévio. Reparei ao abrir a caixa de mensagems do meu correio eletrônico que são inúmeras as pessoas que clamam pelo meu regresso. Alguns até vaticinavam o fim do “Olhar...”. A interrupção das postagens, na verdade, deve(u)-se a minha ausência por motivos académico-profissionais.

Para semana estarei em Maputo, onde penso entre outras coisas proferir duas palestras num dos campus universitários. Em tempo útil irei anunciar os temas, data e local, aqui neste espaço.
Até breve!






4 comments:

Anonymous said...

Mano Patricio, um amigo mandou-me para o teu blog, e nao entendi a historia do questionamento da minha nacionalidade... Podes avancar alguma luzinha ai? Espero nao tenha chumbo grosso por ai. Emidio Gune

Anonymous said...

Oi Gune,
O Patricio tá a dizer que ao contrário do que se diz por aí existem sim moçambicanos que estudam sobre sexualidade, tu e a Sandra Manuel são exemplos disso.

Patricio corrija-me se estiver errada.

Syntia

Patricio Langa said...

Estimado Gune!
Leia o que a Syntia escreveu!
Obrigado Syntia.
Até breve!

Anonymous said...

Obrigado pela elucidacao Syntia. Memoria lenta a minha, depois de ter visitado um outro blog acabei entendendo o contexto. Prezado Patricio, sem comentarios.