Abri a minha caixa de e-mails, hoje, e deparei-me com este documento! Uma verdadeira marca do tempo! Não será este documento uma relíquia do nosso passado recente? Este documento, imagino que como este existam tantos outros arquivados algures, não é um indicador do quanto mudamos enquanto sociedade? O que é que (nos) vos ocorre ao ler este documento? A mim ocorrem-me várias ideias, mas vou partilhar apenas algumas.
Achei interessante, por exemplo, como se utilizou um argumento economicista para resolver um problema (ou que se achava) moral. Não me parece que o problema mesmo fosse o do custo da materia-prima (e a estória da balança de pagamentos). O que incomodava a aquela gente (recêm chegada do mato) eram as socas! Após 10 anos habituados as botas, imagino que não tenha sido fácil chegar a cidade e conviver com as socas. Basta recuperar algumas letras do cancionéiro daquele período para ver como as mulheres que usavam socas, bico-fino, eram representadas. Não custa depois disso imaginar porque o poder da Frelimo dos setenta e oitenta tinha forte tendencia para “vigiar e punir” com a implantação panóptismo societal.
Outra coisa interessante, do meu ponto de vista, era uma espécie de consciência reprimida do exagero. Depois de uma medida severa, reparem para a sequência de excepções que se começa a abrir a partir do ponto 3.
Finalmente, contraste-se esta sociedade com a do 'Xitilo xa boby'! Fazem sentido os termos da comparação? Houve mudança? Enfim, penso que há muito ainda por documentar no que diz respeito ao devir histórico da nossa sociedade! E isso pode ser visto em coisas (documentos) “aparentemente” insignificantes como este. O que acham?
PS: Clique duas vezes na imagem para ampliar.
1 comment:
alo a todos.
vou usar este espaço para comentar sobre um assunto ligado a uma outra postagem (perdoem-me pela liberdade) ligada a onda de violência ocorrida na RSA sob o título "Questões".
no noticiário da RDP de hoje a PRM refere que tem se verificado um aumento do índice de crimes na nossa cidade relacionando-o com a migração massiva de pessoas para cá, tal como sugeri no meu artigo.
abraços.
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