Wednesday, July 2, 2008

Quem venera Madiba?!



Quem mais venera Madiba, hoje? Em que lugares se fazem presentes seus bustos? Quem tem acesso ao aperto de mão de Madiba, hoje? Tudo que é cultura de 'alta classe', um dia foi folclore das 'classes populares'. Até que ponto Madiba escapou a desta apropriação e expropriação do folclore? O que é que Madiba representa para quem hoje, mesmo na RSA? Em alguns círculos intelectuais, na Africa do Sul, já existem vozes que vão ao ponto de dizer: “Mandela sold us out” (Mandela vendeu-nos), referindo ao acordo que possibilitou a transição politica “pacifica” na Africa do Sul, fazendo dele primeiro presidente negro em 1994, mas que manteve a estrutura economica intacta.
É desse mesmo círculo que ouvi a expressão: 'Samora Machel sold us out' (Samora Machel vendeu-nos), desta feita referindo aos acordos de Lusaka. Parece que Oliver Thambo era das pouquíssimas pessoas que sabia que a ajuda ao ANC continuaria de forma clandestina, mesmo que para o governo do dia se contasse outro filme. Findo o apartheid, quem se encarregou de explicar isso ao povo? Ôh Amizade Traída, Amizade recuperada de Manghezi? Não vi nem ouvi ninguém considerar estas suposições na leitura dos ataques de "xenofobia"!
Cá estou eu a meter água na festa dos 90 anos de Madiba, como ilustram as fotos, ao invés de me juntar ao coro dos apláusos. É claro, que eu parabenizo MADIBA!

16 comments:

Nelson said...

Quem venera Mandela?
Que meter agua que nada!

Eu queria que apesar da idade/fragilidade física, Mandela continuasse eternamente(ate que Deus o removesse) folclore das classe populares, pois me esqueci que as tais classes populares sao "irracionalmente" exigentes. Nao vivem so de ideologias academicamente prefabricada. Precisam da presenca fisica do seu ícone, num nivel de presenca que Mandela mesmo querendo ja nao pode proporcionar.
Queria eu que como Mugabe, Mandela ainda andasse por ai em comicios populares com sorriso enrugado e voz imperceptivel estendendo o braco fragilizado pelo tempo.

Mandela/Samora sold us out! Oh yeah they did! Dois pontos para os académicos. Good shot!
Alguém nessa vida bendita vai sempre vender alguém. Economia de mercado ya? Mandaram passear o comunismo agora fogo em vocês nada de choramingar. Algo vai sempre ser vendido. Mocambique por exemplo vai segundo, Hama Thay, ser vendido por jovens e deve ser por isso que movidos de mais altos sentimentos patrióticos o PR e todo outra malta de seriedade vai pondo mão em tudo que seja empresa para evitar uma tragédia.
Receando que Tsvangirai venda o Zimbabwe Mugabe esta ai como folcrore das classe populares nem que para isso seja necessário mandar para fora do Zimbabwe metade do Zimbabwe.
Entao quem hoje venera Mandela hoje? A alta classe!Aqueles a quem ele vendeu a RSA.
Mandela seria assim o um exemplo a não ser seguído.

Anonymous said...

Caro Patrício, estás a levantar um ponto interessante! Nelson, gostei do teu sentido de ironia.

Patrício, deixa-me fazer algumas interpelações:

- Quem são e o que representam os que dizem que Mandela vendeu-nos e que Samora nos vendera quando de Nkomati?

- A quem beneficia o facto de Mandela ser "mediaticamente" mais venerado pelas altas classes, pelos britânicos, europeus, brancos? Beneficia mais a esses aduladores "westerners", que querem ter para a posteridade um MOMENTO MANDELA na sua vida ou àqueles desfavorecidos para os quais Madiba vai angariando fundos e outros mais recursos?

- Serão o Will Smith e a Jada Pinkett Smith, e a Annie Lennox (ricos e famosos) beneficiados com inspiração para fazerem grandes mudanças e marcarem a diferença neste mundo...ou os meninos do SOWETO, de Alexandra, do Chamanculo, de Kibera, aqueles a quem realmente a obra de Mandela vai engrandecer para um dia nascerem mais Mandelas?

- Será que as causas (cá por mim sagradas e não "big business" of charity) que o "brand name" Mandela dá estampa como a campanha 46664 e a sua própria Mandela Foundation conseguiriam reunir mais e melhores recursos "All Around The World" com o Madiba fazendo tournées pelo SOWETO, Alexandra, vivendo de banhos de multidão...de gente que se sente traída pelas políticas do Governo do ANC?

- Precisa o Madiba de acções de populismo para mostrar o quanto ele é Humanista, para inspirar os mais desfavorecidos, mais injustiçados?

- Depois de todas as provas que ele deu de liderança genuina e de humildade inigualável, será Madiba culpado por os britânicos terem embustado uma estátua sua em Londres? Será ele culpado por aqueles que sentem-se envididados pelos seus pais, avós e bisavós terem feito maldade ao povo africano e negro quererem agora exorcizar os fantasmas adulando Mandela e mostrando-se nobres ao Mundo?

- O Madiba sabe que está a ser usado, mas não será que ele aceita ser usado...desde que o benefício maior seja para o seu povo sul-africano, africano, negro?

-Será que essa toda adulação de que ele é alvo toca-lhe fundo (leia, por favor, o "Leading Like Madiba" de Martin Kalungu-Banda), ou ele sabe que não pode ser egoista (como nunca o foi) de aceitar esta missão de ser ícone e ídolo nessa "Vanity Fair" dos filantropos e grandes humanistas famosos e ricos do Mundo?


Pra mim, caro Patrício, à classe média (os de Cape Town, berço de Mandela não é?) e média-baixa africana e negra, consciente politicamente, que reclama acesso a Mandela nada interessa o seu protesto.

- Querem pousar com Mandela pra quê? Pra se orgulharem de ter acesso ao seu líder? Pra exibirem nas suas casas como "troféu da vida" uma foto com o Madiba? Precisa Mandela de provar algo, depois que a sua vida toda fizeram um manifesto e obra?

- Haverá uma competição de classes, ou "Luta de Classes" pelo acesso a Mandela?

Confesso que houve tempos em que o que mais pretendia era estar perto de, apertar a mão de e conversar com figuras como Mandela...mas será que isso me iluminaria para ser um melhor ser humano...ou serviria para me gabar de ter estado com ele, como alguns exibem de troféu o facto de terem o nome de Mandela em seus filhos e sido abencoados com o sim do Madiba...porque fazem parte de classes privilegiadas.

Eu imagino (da leitura do livro do meu amigo e colega Martin Kalungu-Banda, "Leading Like Madiba: Leadership Lessons From Mandela life servicing", da leitura da sua biografia "Long Walk For Freedom", do filme baseado na biografia do seu carcereiro em Robben Island) o que um toque de Mandela provoca na vida daqueles que realmente têm algo dentro de si como potencial pra mudar o mundo.

Patrício, não lhe tomo como Advogado do Diabo, vejo-o como um bom animador de debates com as questões que coloca. E o caso Madiba é um convite à filosofia irrecusável...para quem se quer cidadão do mundo.

Cá por mim, Madiba não está ao serviço dos seus aduladores-compradores...ele está ao serviço do seu povo e consente esse sacrifício de ser a atracção de grandes espectáculos dos egomaniaco-altruistas ocidentais.

Por ora, caro patrício, vou escutando a música do meu ídolo Michael Jackson "MAN IN THE MIRROR"...


Aquele abraço patrício,

Anonymous said...

Caro Patricio, trazes para reflexão uma questão quanto a mim bastante interessante.

Nelson a tua reflexao faz lembrar o texto do Terence Renger e Eric John Hobsbawn "Invencão da Tradicão" no capitulo 6, eles demonstram que os mais velhos sempre procuram garantir o controle do poder atirando pedras aos jovens. Milton agrada-me a tua reflexão

As imagens que apresentas ao longo do texto podem causar diferentes percepcões.

Concordo com a ideia de que o problema não esta necessariamente nas pessoas que cercam e festejam com Mandela o seu aniversario e muito menos na ajuda que essas pessoas trazem para os cidadãos pobres da Africa.

O que é que os Sul-africanos e não só podem fazer por Mandela? que tipo de contribuicão os africanos podem fazer para a fundacão Mandela hoje?

Daqui a algum tempo aparecerão vozes a reclamarem terem tido pouco tempo para com o Mandela.

Patricio acho a tua reflexão pertinente pois levanta uma questão pertinente. Será que os Africanos não podem contribuir ou apadrinhar accões deste genero ou melhor concertos deste genero com vista a angariacão de fundos para nós próprios?

Aquele abraco
Rildo

Anonymous said...

Caro Rildo, tu �s um africanista consumado e um positiva admir�vel! Com indiv�duos a pensar como tu, por essa �frica fora...sinceramente, uma �frica melhor teriamos. Acho que � isso que tu colocas nas tuas quest�es o princ�pio fundador do Renascimento Africano (apesar do seu mentor Thabo Mbeki ser uma completa decep�o nas suas "actions"). Lan�as um desafio c� para n�s africanos.

aquele abra�o patr�cio

Anonymous said...

Caros amigos, de que é que os sul-africanos precisam? Da caridade proveniente da angariação de fundos que a Fundação Mandela possa estar a fazer? Ou precisavam que a estrutura económica erigida pelo Apartheid fosse sacudida?

O que é que os sul-africanos esperavam do velho combatente que foi Mandela? Que andasse a angariar fundos para actos de caridade? Ou que ele, como grande líder que é, inspirasse os sul-africanos para se engajarem em profundas transformações económicas e sociais que fossem em benefício do povo da África do Sul?

Não se esperava que Mandela liderasse as transformações que fariam com que os meninos de Soweto deixassem de precisar de caridade?

Uma vez o ex presidente moçambicano, Joaquim Chissano, disse uma coisa interessante. Ele estava a ser celebrado pela imprensa ocidental como um líder iluminado, como um grande dirigente africano. Entaão, publicamente, ele comentou que quando Gorbachiev perdeu o poder foi quando estava a ser incensado (de incenso, aquele produto que se acende para os santos) pelo mundo inteiro.

Muitas vezes essa grande adulação, esses grandes aplausos destinam-se a fazer-nos esquecer o fundamental. Até podem levar-nos a ver actos de caridade como algo estratégico que vai mudar as nossas vidas.

Parabens Patrício por esta postagem que faz pensar.

Obed L. Khan

Nelson said...

"Caros amigos, de que é que os sul-africanos precisam? Da caridade proveniente da angariação de fundos que a Fundação Mandela possa estar a fazer? Ou precisavam que a estrutura económica erigida pelo Apartheid fosse sacudida?"

Isso me fez lembrar oque os Moçambicanos(Eu) querem. Que o orçamento geral do estado deixe de depender em mais de 60% de ajudas externas.
Se querer bastasse...

Anonymous said...

Caro Obed, trouxeste outro elemento para o debate. Profundo, a meu ver. Defendes o fim da caridade...numa África em que crescem deveras os delapidadores da coisa pública?
Acho interessante este ponto de pesar o valor da caridade versus o valor da inspiração/do instilar de visão. Haverá antagonismo? Uma coisa invalida a outra? Ou se complementam?

Qual é, afinal, o valor do valor da caridade? É o dar, é o que esse dar vai impactar ou é o simples significado genuinamente humanista por detrás da caridade (o angariar/recolher esses recursos e o reunir/disponibilizá-los)?

Sugeres que Mandela não deu visão aos seus seguidores, admiradores e ao povo rumo ao progresso pós-Apartheid da "so-called" Rainbow Nation"?

Será que os actos de Mandela, ao longo de toda a sua vida, desde que virou advogado da causa dos direitos do seu povo em detrimento de fazer mola (como é escola nos nossos advogados hoje em dia) criando uma firma ao serviço do capital; quando endurou na prisão sustentado pelos princípios que o levaram a declarar "I HAVE CHERISHED THE IDEAL OF A DEMOCRATIC AND FREE SOCIETY, IN WHICH ALL PERSON LIVE TOGETHER AND HARMONY AND WITH EQUAL OPPORTUNITIES. IT IS AN IDEAL WHICH I HOPE TO LIVE AND TO ACHIEVE, BUT IF NEEDS BE IT IS AN IDEAL FOR WHICH I AM PREPARED TO DIE"; e pelo serviço da sua vida pós-apartheid elevando o valor do perdão e da convivência entre todas as cores, origens e credos na África do Sul (daí o Rainbow Nation?

Será que Mandela está a curtir a reforma luxuosa de "freedom fighter" numa "tournée" ou "journée" nesses "high places", em detrimento de andar a pregar a construção do futuro em comícios, em palestras nas universidades e a publicar livros para instilar visão de uma África, uma África do Sul e uma África Austral melhores?

Ou está numa missão de apelar ao humanismo, à solidariedade internacional, ao altruismo e filantropia...sabendo que essa é uma forma inteligente de reunir recursos sem compromissos e condicionalismos impostos pelos detentores do capital e manipuladores do capitalismo e sua mercadologia?

Será que Mandela está a dar um mau exemplo de liderança, com as campanhas de caridade/solidariedade de angariação de fundos?

Obed, estas questões, parecendo que não (embora "biased" por minha afeição pelo Madiba), também faço-as para mim...como TPC.

aquele abraço patrício renovado,

Patricio Langa said...

Caro Nelson.
Thanks!
Não estou com o meu post a por em causa a figura de Mandela como um ícone. Mandela em si, no meu entender, é incontestável. O que estou a sugerir é a emergência de uma espécie de fetiche de Mandela, a lá Marx.

Oi. Milton.

Deixe-me começar por te dizer que eu gostaria de viver num mundo onde não fosse preciso haver Madelas. Gostaria de viver num mundo onde não houvesse necessidade de Charities para ajudar crianças. Repare, não estou a criticar Madiba por todas suas acções e demonstrações de humanismo. Parece-me inquestionável isso. No entanto, hoje, Madiba está a transforma-se numa mercadoria. Se esse for o preço pelos dólares que ganha para a caridade é bem alto. Conheço “leading like Madiba” assim como tantos outros produtos que mercantilizaram a imagem de Madiba de forma até banal. Já ouviram a música – música?- de Zakaza dedicada a Madiba?

Abraço

Patricio Langa said...

Estimado Obed.
A questão da caridade, que se instalou em muitos sectores da nossa sociedade como um 'modus vivendi', é também corolário desse tipo de idolatria .Tudo na nossa sociedade, agora, só se resolve com caridade, solidariedade, ajuda. Para tal é preciso criar os “fund raiser”!Madiba é exímio nesse papel. Quer resolver com caridade e os ‘fundraises’ aquilo que não conseguiu na mesa de negociações onde sancionou e sedimentou para sempre confortável situação económica de milhões de Sul-Africanos em desfavor de 42 milhões.

Li, no Savana desta semana, uma entrevista interessante de Jorge Ribelo outrora considerado ideólogo da Frelimo “marxista-leninista”. Gostei da passagem onde ele afirma já não saber se existem classes sociais. Numa das passagens responde a pergunta do Jornalista: - Será que já não temos classes? A resposta: - “Não sei, mas naquela altura ouvi, por exemplo, [Mikail] Gorbatchov a dizer, quando ele estava a desmantelar a União Soviética, que o motor da história não é mais a luta de classes, como dizia [Karl] Marx. E prossegue Ribelo: - “Mais ele não disse qual era esse motor. Eu até pensei ‘ como é que um secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética faz uma declaração destas. Qual é o motor da história então?...”. Bom, vale a pena ler esta entrevista conduzida pelo Jornalista Ercínio Salema. Pessoalmente sou daqueles que prefiro usar a noção de classe tentando recuperar-lhe o seu potencial heurístico como instrumento analítico dentro da teoria social, mas do que pólos de oposição político-ideológica. Há algum tempo que um sociólogo recuperou textos de anacrónicos de Nkrumah para nos mostrar que o “5 de Fevereiro” era resultado da luta de classes. Bom, o assunto aqui é outro.

Obed, talvez hoje o mundo esteja dividido, grosseiramente, no lugar das classes, entre aqueles que podem ajudar e aqueles que são ajudados. Os doadores e os receptores, os que fazem caridade e os que vivem da caridade! Seria reducionista se não reconhecêssemos aqueles que sobrevivem entre essas duas categorias como funcionários burocráticos dos ajudantes.
Abraços

Anonymous said...

Patricio, sempre a colocar-nos pulgas para nos coroer os miolos.

agora nao posso deixar a minha opiniao mas brevemente farei.

abracos

Anonymous said...

o ultimo comentario era meu mas o computador nao permitiu que colocasse o nome

Anonymous said...

ok. ca vai minha breve apreciacao a provocacao do patricio.

em minha opiniao nao so interessa saber quem venera madiba mas porque quem diz que venera o faz, ou seja qual e a razao de tantas "individualidades" procuram ver a sua imagem associada a de Mandela. a meu ver o mundo fez de mandela um icone da tranformacao social que se deu na RSA. hoje conservam esse icone e usam-no como forma de embelezar e ate limpar as suas proprias imagens.

estamos prestes a criar mais um icone (se e que ainda nao se tornou), Joaquim Chissano ("exemplo de boa governacao"). esperemos para ver o que se fara com ele....


PS: desculpem a falta de acentuacao.

Anonymous said...

Caros amigos. Não há nenhuma dúvida em que Madiba inspirou poderosamente o seu povo na luta contra o Apartheid. Ele exerceu uma verdadeira liderança que culminou com a transição pacífica daquele grande país. Neste sentido, o fim da descriminação institucional, baseada na raça, deve muito a Mandela. Todas as estátuas que se lhe pudessem erguer por isso seriam bastante merecidas

Mas os sul-africanos queriam o fim do Apartheid para quê? As grandes assimetrias raciais na posse da terra, das minas, da indústria, foram eliminadas? A distribuição racial dos recursos documenta, hoje, a verdadeira igualdade pela qual os sul-africanos vêem lutando há décadas? Pode-se dizer que Mandela teve, neste prisma, o mesmo sucesso que caracterizou a sua luta pelo fim da descriminação institucional?

Tenho para mim que a verdadeira revolução, aquela que se seguiria ao fim oficial do Apartheid foi adiada na África do Sul. E que muitos dos ruidosos aplausos e a adoração (quase que como a um Deus) que tão cedo rodearam este grande líder africano são cínicos. São falsos. Visam a visavam paralisa-lo na sua condição de líder de um povo que estava a caminhar rumo à igualdade nacional, a qual deveria tomar forma numa perfeita simetria racial na posse dos recursos nacionais. Esses aplausos e essa adoração falsos e cínicos transformaram Madiba num simples fund riser para actos de caridade. Como se isso constituísse o objectivo das crianças de Soweto que se ergueram no dia 16 de Junho de 1976.

Obed L. Khan

Nelson said...
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Nelson said...

O rico comentário anterior me fez procurar culpados.
Ora vejamos. Mandela deixa o poder, digamos, "imediatamente" depois de ter conseguído a tal "transição pacífica" e o fim da "discriminação institucional baseada na raça". Entao para quem ficou a responsabilidade de levar a cabo a segunda fase? A "verdadeira revolução"? A quem responsabilizar por ela(a revolução) não ter acontecido?
Me sinto obrigado a voltar ao meu primeiro comentário meio irónico embora, onde aponto o factor idade e energias físicas. Não acho que Mandela teria o mesmo vigor que teve na sua primeira missão de "inspirar poderosamente o seu povo na luta contra o Apartheid". Me soa ate injusto da nossa parte exigirmos que Mandela levasse em frente sobre os seus ombro já cansados, a difícil tarefa de acabar com "as grandes assimetrias raciais na posse da terra, das minas, da indústria".
Nego que tenham sido os "aplauso" que "desviaram" as atenções de Mandela de continuar a luta. Prefiro pensar que diferente de muitos outros lideres africanos, Mandela negou viver do passado, negou apegar-se as conquistas passadas e fazer delas a razão de continuar no poder mesmo ja esgotado. Mandela preferiu reconhecer as suas limitações passando o bastão para o sangue novo que infelizmente não lhe seguiu os trilhos.
Se quiser continuar teimosamente a procurar um culpado nisso nisso terei que acha-lo em outro e não em Mandela muito menos nos seus "aplaudidores".

Anonymous said...

Caro Obed.
Mandela, foi um fracasso. Tou a exagerar o seu seu comentario, mas,
permita-me que leve tudo aos extremos:
Entre "Bem estar" económico e "Liberdade Política", o que é preferível?
Pessoalmente, prefiro a liberdade política (estou a ser normativo, reconheço). Sabe porquê?
Mandela lutou por tudo, e por mais algo que não sei! Mas, penso eu que, o maior ganho que os sul-africanos tiveram com Mandela, é o de hoje poderem se expessar livremente, como pessoas e como cidadãos da RSA. antes, isso estava condicionado...
É possível que Madhiba não tenha conseguido fazer a transição com sucesso para a RSA, economicamente estável. Acredito. E, nem quero me alongar nissso.
Mas tenho dúvidas que Madhiba esteja só a ser instrumentalizado, pelos tais...! Que conspiração!!! Patrick, é correcto estarmos a falar de emergência de uma espécie de fetiche de Mandela? que queres dizer com issso???

Patrick, este debate sobre Mandela é muito sério. Porquê não voltarmos à casa pra falarmos dos nossos mandelas, que são tantos....

Sempre eu: Neto Sequeira