Sabeis que discuti aqui e aqui o quão problemática parece ser a ideia de se comparar as condições de im-possibilidade de um Obama africano sem considerar o contexto político e institucional em que oc actores políticos agem. Sabeis também que proliferam teórias no campo da análise do politico que patologizam o comportamento político dos politicos africanos ou ditas “elites políticas” africanas, essencializando-os e naturalizando como sendo corruptos natos, excessivamente sedentos pelo poder, promotores ultra-racionais da desordem com fim instrumental e funcionalista da sua reprodução como classe dominante e predadora. E isto tudo numa altura em que o Zimbábue parece fazer daqueles que acham que a história não é bem, bem assim parecerem “estupidos”. Mbeki que o diga! Finalmente, sabeis que a versão filosófico-cultural dessa leitura patologizante do africano herdou muito do senghorismo “ a razão é helenica tal como a emoção é negra”!
Foto1: Jacob Zuma, Presidente do Congresso Nacional Africano, candidato a presidente da Africa do Sul em 2009.
Foto2: Barack Obama, Presidente eleito dos EUA em Novembro de 2008.
NB:
2 comments:
alô Patrício
interessante seria também analisar o porquê da escolha destas fotografias para a apresentação dos dois líderes.
tanto Jacob Zuma como Barack Obama de certeza têm outras fotos publicadas, algumas em que estão mais serenos e outras em que estão mais descontraídos. Também recebi (por e-mail) estas duas fotografias comentando-se acerca da postura que o líder africano toma e que o líder americano toma. em minha opinião a escolha que se fez destas fotos e o facto de serem colocadas paralelamente mostra a imagem que temos e perpectuamos dos lideres africanos e dos líderes americanos.
a "emoção" não está no "poster" estravagante de Zuma, mas sim no facto de eu achar que este "poster" é que representa um líder africano. e de igual maneira, a razão não está no estilo sereno de Obama mas sim no facto de achar que esta é a postura dum lider americano.
abraços
Haid.
Sim, só quiz fazer um pouco de humor sem deixar de chamar atenção para esses esperiótipos.
abraço
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