Tuesday, July 22, 2008

Comentário.

Por alguma razão não estou a conseguir postar no espaço reservado para os comenátios. Excepcionalmente coloco este comentário aqui.
Caro anonimo 2.
Concordo com sigo. Estamos a fazer um debate que parte do prinício que já sabemos o que é “bom” “médio” ou “mau” nas nossas universidades. Ninguém se deu ao trabalho de fazer esse exercício ainda, que eu saiba. Assim, também poderia dizer que não sei o que o anónimo 2 quer dizer com o termo “acima da média”. Não fui claro ao usar a expressão “padrões”...! Referiam-e a alguns indicadores que citarei adiante. Estou a participar de uma pesquisa comparativa para o CREST. Centro de Pesquisa em Ciência e Técnologia da Universidade de Stellenbosch que me vai fazer passar, brevemente, por Maputo amanhã. Nessa pesquisa procura-se medir o estado da ciência publica nos países da SADC. Esta-se a fazer isso, entre outras coisas, medindo alguns indicadores tais como: produção ciênifica dos académicos ( por exemplo medida pelas suas publicacoes em jornais ciêntificos); colaborações em pesquisas nacionais e internacionais; acesso a informação (bibliótecas etc), programas de pós-graduação; tipo e local de publicações; etc, etc. Infelizmente, esses são alguns dos indicadores em que nos posicionamos "abaixo da média", ja agora, quando comparados com outros países. Tenho em minha mão, agora, o livro de Paulus Gerdes sobre as teses de Doutoramento de Moçambicanos. Não passavam de pouco mais de 300 até 2007. Resultados preliminares do estudo que me referi mostram que parte considerável desses doutorados está a tentar combater a “dita-cuja” fora da academia e os que ficaram na academia estão a tentar salvar os deserdados. Quem são os regentes que estão efctivamente a dar aulas na ex-UFICS? Monitores! Só para lhe dar um exemplo. Desde que a UFICS abriu quantos jornais ciêntificos de sociologia já subscreveu? Nenhum! É dessas condições institucionais que estou a falar. Não estou a criticar por não as termos. Estou a penas a dizer que ainda não temos. O anónimo 2 fez o curso lendo fotocópias de traduções brasileiras de alguns livros. O que leu na UFICS não é 1 milésimo daquilo que existe e que se está a produzir em sociologia pelo mundo fora. Não estou a sobestimar o esforço individual que cada um deve fazer para superar as insuficiências institucionais. Alías, isso faz a diferença entre os graduados. Uns ficaram apenas formados em Sociologia. Outros, principalmente os que saíram, ainda estão atentar ser sociólogos. Eu proprio cheguei a onde cheguei nao por causa daquilo que a UFICS me proporcionou, mas porque fui para alem daquiulo que a UFICS podia me proporcionar. Fiz isso saindo! No último semestre (Fevereiro de 2008) as bibliotécas do campus não funcionavam. Que tipo de sociólogo se forma sem acesso a livros? Nada justifica que se leccione um curso sem garantir acesso a material de leitura, mesmo que o argumento seja o da reabilitação da biblióteca. Esta-se a fazer omoletes nem é sem quebrar, mas sem ovos!
PS: Nao consegui acentuar algumas palavras.

8 comments:

Anonymous said...

Em conclusao para se ser academica e epistemologicamente competente tem que se sair, isto 'e estudar fora sera esta a mensagem fundamental?Ja reparou como do estudar ou nao fora do pais passamos a discutir os 'meritos' ou 'demeritos' da ex UFICS?com tudo isso que diz continuo a creditar que elementos mais do que primarios a ex UFICS proporcionou e bem nao importa se via fotocopia ou nao proporcionou de tal forma que a sua insercao e de outros que sairam nessas UNIVERSIDADES que nao se estuda via fotocopias foi possivel sem defices espistemicos em parte fruto desse aprendizado nao acha?Tudo bem que as publicacoes escasseam talvez isso seja resultado do que de forma problematica chamaria 'cultura academica' em Mocambique...voltando as publicacoes de sociologia ha quantos anaos existe esta sociologia na UEM em comparacao por exemplo com a UCT?e porque as aulas nao dadas pelos monitores?sera somenete porque os docentes foram combater a dita cuja?tenho duvidas 'e mais do que isso o que nao sei vamos la ver se com este debate chegamos la....Abracos

Patricio Langa said...

Caro anónimo.
“para se ser academica e epistemologicamente competente tem que se sair”!
Esta conclusão é sua, caro anónimo. Não deriva do que eu defendi.Bom, a sua resposta levantou algumas questões interessantes para o debate. Estou a correr para o aeroporto, já atrasado, assim que estiver em MPT lhe respondo com vagar.
Abraço.

Anonymous said...

Com essas analises a questionar as coisas cedo sera apelidado de apostolo da desgraca, tem que falar das coisas boas, da massificacao do ensino superior, do combate a pobreza absoluta. Boa viagem

Anonymous said...

Aguardo pela resposta com mais vagar conforme o prometido e a indicacao dos aspectos que diz serem interessantes para o debate.quanto a conclusao se minha ou nao vamos continuar a debater.

Patricio Langa said...

Caro anónimo!

Perdoe-me pela resposta tardia. A chegada ao Maputo acabou sendo muito mais tarde do que previa, devido ao atraso do voo só cheguei de noite. No dia seguinte já estava envolvido com o trabalho que levou a Maputo, pelo que não tive contacto com a NET. Espero que ainda esteja a acompanhar o debate que iniciamos com interesse.

Talvez fosse razoável voltarmos ao propósito da postagem original. Tratava-se um anúncio para a formação ao nível da pós-graduação em Portugal. Antes do anúncio, fiz um breve comentário no qual sugeria aos jovens para considerarem a possibilidade de dar continuidade a sua formação no exterior. Disse, e continuo a pensar assim, que a formação ao nível da pós-graduação no exterior (fiz referência a países ditos “desenvolvidos” –incluindo a RSA) se faz em melhores condições materiais e institucionais que aquela que se oferece em Moçambique. Lembre-se que Moçambique têm perto de 300 Doutorados. Os “poucos” programas de mestrado não têm meia década. Numa das faculdades “da primeira e mais antiga” são mestrados sem nenhuma experiência de pesquisa que estão que estão a orientar os programas. Nalguns casos são estudantes de Doutoramento, ocupados com as suas próprias teses, que vão lá dar aulas – se é que podemos chamar isso de dar aulas. Enfim, não preciso descrever todas as em que a formação decorre. Sabe, hoje eu acho até, que o país não precisa de mestrados e doutorados formados nas condições em que formamos. (In)felizmente, sair é que é a saída e não problema. Respondendo a sua pergunta. Para se ser “académica e epistemologicamente” competente é preciso muito mais do que o deslocamento físico. Não basta sair do país! Há casos de alguns que saíram e regressaram como se não o tivesses feito. Lembre-se do que disse em relação ao esforço individual associado as condições institucionais. Eu posso ir sair de lá sem ter feito proveito do ambiente académico e das condições institucionais que aquela universidade oferece. É verdade que as probabilidades de que isso ocorra são baixas. O debate sobre a UFICS foi apenas um recurso de onde podíamos ir buscar alguns exemplos. Na quinta-feira conversei um bibliotecário no Campus. Disse-me que algumas bibliotecas no Campus não funcionam há quase um ano.

Uma faculdade/universidade/curso é tudo menos isso sem biblioteca. Penso que tem alguma razão quando se refere ao problema de “cultura académica”. É que alguns dos problemas que fiz referência nem derivam a escassez de recursos. Pior do que não ter livros (biblioteca) é tê-las e não usar. Sim a UCT existe desde 1875. A UEM é de 1962. No entanto, não é necessariamente é a idade da instituição que cria as condições para que exista a tal de “cultura académica”. Essa tal de “cultura académica” pode progredir ou regredir com o tempo. A própria UEM já chegou a formar licenciados, académicos e epistemologicamente, competentes no passado. Hoje duvido que o continue a fazer pelas razões que temos estado a apontar. No entanto, há estatisticamente mais licenciados e mestrados. Em nenhum momento disse que tudo o que está a acontecer é por causa dos que foram combater a dita-cuja. Seria simplificar demais as coisas. As transformações por que está a passa o ensino superior em Moçambique são mais complexas do que podemos elaborar aqui. Isso está reflectido em parte nalgumas perguntas que me coloca para as quais não tenho respostas.
Bom, isto já vai longo para ser comentário. Prometido, é divido! Eis a minha resposta.
Abraço.
PS: Na terça-feira vou dar uma aula aberta na FLCS, das 12:30- 13:30h (Por confirmar). Se quiser pode vir debater estas e outras questões comigo. Aí, pelo menos para mim, será o fim do seu anonimato.

Anonymous said...

Ora bem gostaria imenso de puder vir a sua aula vou fazer de tudo para que consiga la estar, seraia bom assistir uma aula de um ex-colega. Quanto a tua resposta devo confessar que aqui esta um P.Langa diferente da postagem iniciar que gerou este debate que o considero bem educado sem ataques pessoais o que, por vezes, rareia quando se discute.PL diferente porque mais argumentativo.Em relacao aos mestardos domesticos acho que seria bom vermos caso a caso porque talvez o que diz nao esta a acontecer em todos eles e com todos os Docentes, nao conheco por dentro nenhum deles por isso nao tenho elementos suficientes para discussao. Ate Breve abracos.

Patricio Langa said...

Caro anónimo.

Também acho que é possível debater ideias, apenas, sem ataques pessoais. O anónimo faz isso muito bem. Anima debater com alguém de quem discordamos. O que debateria com quem concorda com tudo o que digo? Nada! Talvez pudesses debater porque alguém concorda comigo. Aí sim!Tentei sublinhar apenas os aspectos estruturais (ou até conjunturais) em que decorre a formação. Penso que já estamos mais ou menos de acordo. Foi bom debater consigo.

PS: Quanto a aula de amanhã. Se puder contacte-me antes houve alterações.

Thousand Oaks Electricians said...

Lovely blog you have heere