Monday, December 31, 2007

O debate crítico e seus amigos!

É preciso compreender o que se quer mudar...!

Resolvi, a última hora, roubar algum do tempo dedicado as festividades de final de ano e fazer algo que considero mais sério. Esse algo sério inscreve também um desejo meu para 2008. O desejo de que no ano que se inicia amanhã aqueles que querem merecer o título de intelectuais e académicos façam-no para merecer. E aqui não me estou a referir apenas aos académicos que produzem textos, por exemplo, com intenção de publicar nos espaços academicamente reservados para o efeito: revistas científicas inter-nacionais, capítulos de livros, livros e por ai em diante. Refiro-me, na generalidade, aos artistas músicos, escultores, jornalistas e por ai em diante. Essas pessoas contribuiriam melhor para a nossa sociedade se fizessem da melhor maneira possível aquilo para o qual são chamados esses nomes. Pessoas que no seu exercício fazem apelo e uso da crítica como um método i.é um instrumento de leitura e avaliação do mundo social. Estas nem sempre nos seus ofícios agem consciente e intencionalmente para mudar imediatamente o mundo, segundo seu desejo, mas antes para recuperá-lo cognitivamente, interpretá-lo, compreendê-lo o mais fielmente possível nas suas mais variadas dimensões, politico, económica, técnica e até estética. É nesse agir não intencional, nesse desinteresse pelo interesse ou nesse interesse pelo desinteresse imediato de mudança, que se produzem as condições objectivas para mudança. Mas uma mudança (transformação social na verdade) responsável da sociedade. Uma mudança responsável, parece-me, é aquela que decorre da melhor compreensão do que se pretende mudar. Mudar, por mudar, o mundo sempre mudou, mas nem sempre no sentido desejado e nem ao ritmo almejado pelos seus profetas. Aqueles que querem acelerar o passo costumam ser acometidos pelo espírito intolerante de achar os que não concordam com a sua leitura do mundo (futuro) e sentido da mudança que querem empreender - de conservadores impedindo a mudança. Acusam-lhes de querer manter o status quo por dele se beneficiarem. Consideramn-nos os inimigos reaccionários contra a sua vontade revolucionária. Por isso têm sede de dividir, simplificando o mundo, entre os que querem a mudança (esquerda) e os que não querem a mudança (direita). Para eles, os verdadeiros patriotas neste país são os que querem a mudança a todo custo. Os outros são ambiciosos que já estão ou querem estar no poder para continuar explorar os deserdados.

Os que defendem maior prudência na interpretação do mundo que se pretende mudar são, invariavelmente, considerados de praticar intelectualismo, academismo e cientismo. Vivem na torre de marfim da academia. Querem provas onde nada pode ser provado, porque forjado. Este tipo de atitude conduz invariavelmente a busca de um culpado, bodes expiatórios, nas suas análises. Toda a teoria de Estado que advogam assenta na ideia de que o governo, mesmo democraticamente estabelecido, é um bando de indivíduos manipuladores que capturou o Estado e faz tudo para sua própria reprodução. O crime é assim interpretado, não como a incapacidade e ou mal organização do Estado para lidar com o problema, mas como algo premeditado. A corrupção, a pobreza e por ai em diante são problemas que só existem porque alguém quer os perpectuar e nada faz para os solucionar uma vez que a situação os beneficia. É uma leitura muito apelativa, das emoções, mas que só serve para confortar mentes e almas apreensivas em ver as coisas mudarem, e logo.

Não nos permitem efectivamente pensar como esses fenómenos são possíveis na nossa sociedade. Há uns, por exemplo, que pensam que a essência do socialismo, ou daquilo que chamam de ideologias da esquerda, é a mudança – do governo – a todo o custo. Esses são os “esquerdistas vulgares”, que muitas das vezes fizeram e fazem ainda uma leitura problemática – por que dogmática – de Marx considerado arauto da mudança. Omitem das suas leituras a ideia de que Marx almejava por um socialismo livre de bases sentimentais, moralista e visionárias. O socialismo devia passar da fase utópica para uma científica onde o método científico tem primazia. Isso é feito um detalhe insignificante da obra de Marx.

A crítica como método

Sir Karl Popper foi um grande filósofo Austríaco naturalizado Britânico e um dos maiores críticos do materialismo histórico e do historicismo de Marx. Popper escreveu um livro interessante intitulado a “A Miséria do historicismo” no qual enceta uma dura critica a ideia de Marx da história ser regida por leis, que se compreendidas, podem servir para acelerar o passo antecipando o futuro. Essa critica de Popper a Marx é mais elaborada num outro livro intitulado “A sociedade aberta e seus inimigos”, publicado em 1945 em dois volumes. É principalmente nestes dois volumes que Popper desenvolve e apresenta a sua proposta teórica do Racionalismo Crítico. Nessa proposta teórica o conceito de falseabilidade ou refutabilidade é central. Para uma asserção (afirmação) ser refutável ou falseável, em princípio é possível fazer uma observação ou algum tipo de experiência que nos permita asseguramo-nos da sua falseabilidade.


Por exemplo, a asserção “todos os membros do governo são corruptos”, poderia ser falsificada pela observação de que existe um ministro que não é corrupto. (Nem estou ainda a questionar o que é ser corrupto que esse é outro problema). Popper na base deste tipo de pensamento desenvolve toda uma teoria da falseabilidade que não interessa explorar aqui em profundidade. Como qualquer outra, a validade da teoria de Popper, e o seu poder sedutivo, reside no facto de ela própria poder ser submetida ao seu próprio principio. E para que isso aconteça a critica desempenha um papel crucial. É que para Popper a única maneira de submetermos qualquer asserção ao teste da falsicabilidade é através da crítica. Mas reparem, critica não é desabafo. E neste ponto voltamos ao que tenho insistentemente defendido neste espaço. A ideia de que as nossas asserções sobre o mundo podem e são colocadas em forma de argumentos (conclusões). Por outras palavras, nós tiramos conclusões sobre certas coisas para as quais temos que apresentar razões, premissas que as sustentam. O trabalho da crítica, e do debate de ideias, é avaliar a plausibilidade dessas razões. É assim que vejo e concebo o trabalho do intelectual e principalmente do académico. A crítica é, portanto, o nosso método, o caminho (procedimento) para se chegar a verdade (conhecimento). É uma maneira simples de olhar para as coisas? Talvez seja, mas alguém conhece uma melhor que nos faça escapar das garras daqueles que têm a certeza de que apresentam a melhor teoria de como o mundo é e que por isso já estão dispostos mudá-lo a todo custo? Popper assim como eu temia essas pessoas cheias de certeza das coisas e que por isso partem logo para acção.

Os argumentos que alicerçam a profecia histórica de Marx não são válidos. Sua engenhosa tentativa de extrair conclusões proféticas da observação de tendências económicas falhou. A razão desse fracasso não está em qualquer insuficiência da base empírica da argumentação. As análises sociológicas e económicas que Marx fez da sociedade de sua época podem ter sido um tanto parciais, mas, a despeito de seu viés, foram excelentes como descrição. A razão de seu fracasso repousa inteiramente na pobreza do historicismo como tal, no simples facto de que, mesmo que observemos hoje o que parece ser uma tendência ou linha histórica, não poderemos saber se amanhã ela permanecerá a mesma”.

Essa obsessão pela mudança, informada pelas certezas instantâneas, produziu os regimes mais totalitários que a humanidade já conheceu. Popper foi, por isso, considerado um grande defensor da democracia liberal e opositor acérrimo do totalitarismo. Por fim, e por ocasião da passagem de ano, quero prestar uma singela homenagem a alguns intelectuais que fizeram de 2007 um ano mais crítico através do seu intervencionismo prudente no debate de ideias. Essas são as minhas figuras do ano. Elísio Macamo, por nos ensinar a recusar “verdades simples” através de uma atitude critica responsável e integra; Ilídio Macia, por reforçar a nossa consciência critica e cultura jurídica; Valy Bayano, por fazer ver a imprensa que nos falta, Jorge Matine, por nos fazer ver que arte também se faz com ciência; Eugénio Chimbutana, por nos fazer ver que a Racionalidade Económica não é apanágio dos economistas (diplomados, por isso debates connosco), Elton Beirão, por estar vigilante; Stayleir Marroquim, reparem para o subtítulo do seu blog; JPT, pelo exemplo de como se pode manter o nível decente de debate mesmo quando se discorda radicalmente; Ouri, o melhor sobre a actualidade artístico -cultural do país. Gabriel Muthisse que por razões profissionais teve que parar de participar destes espaços. Estas pessoas poderiam e têm razões mais do que suficientes para desabafar (pois há coisas que poderiam ser melhor feitas no nosso país), mas preferem a critica decente e prudente baseada na razão no lugar do apelo a emoção. Melhor do que dizer tudo “esta mal”, estas pessoas procuram estudar o que faz o mal, estar mal. Quais são as condições de possibilidade e de re-produção do que esta mal. Esta lista não faz justiça aos demais comentadores identificados e anónimos que contribuíram para o enriquecimento dos debates no meu e nos demais blogs Moçambicanos. Agradeço a esses amigos do debate crítico por se fazerem meus amigos e interlocutores em 2007.

Por um 2008 mais crítico!

Boas entradas!

18 comments:

Anonymous said...

abaixo a descriminação contra os comentadores. eles têm nome.têm rosto. eles ajudam-vos a "reflectir a reflexao", a pensar e a repensar, a estruturar textos e ideias...Para que serve essa discriminaçao?! Tanto qto sei Gabriel Muthisse era apenas comentador, porque lhe é conferida uma identidade?!!! porque moçambicano? porque membro do governo? Isto é um blog e a importancia do blog é a interactividade do blogueiro com os seus leitores, abaixo o sectarismo. nao me vai dizer que jamais comentario algum, (aqui, ou noutros espaços) orientou sua maneira de pensar...
nao assino propositadamente, pois mesmo assinando seria eternamente anonimo. Nao?! Para que serve identificar-se?!!
Boas entradas

Patricio Langa said...

Meu caro anónimo.
Concordo consigo quanto aos inúmeros anónimos e comentadores identificados que contribuíram e contribuem para o debate de ideias e que não mencionei. Será? Não teria, por limitação de memória, como mencionar a todos. Não foi nem é minha intenção praticar descriminação alguma ou excluir alguém propositadamente. Este espaço só existe por causa dessas pessoas, que nele participam. Leia as últimas linhas do meu texto e verá que lhes dedico especial atenção. O Gabriel Muthisse, não só comentou directamente alguns dos meus textos como postou vários textos no ideias para debate de Machado da Graça. A primeira pessoa com quem tive diferenças fundamentais na maneira de pensar foi G.M. Essas diferenças foram expressas publicamente num debate sobre a “originalidade da música Moçambicana”. No polémico debate sobre o desflorestamento também debatemos, desta vez partilhando muitas posições. É por estas razões que mencionei o G.M. Só falta dizerem-me que por alguém pertencer ao governo não pode ser mencionado/a.

mãos said...

Caro Patricio Langa

O meu Kanimambo por este teu Olhar Sociológico ao nosso Blog "www.maosdemocambique.blogspot.com".

Tentarei na medida possível dar "gás" aos trabalhos dos nossos artistas.

Que os debates construtivos de 2007 estejam na muchila até 2008.

Muita Saúde pra 2008

Um abraço
Ouri Pota

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Caro P. Langa

Não percebi muito bem s sua perspectiva sobre Popper. Com efeito, o seu critério de demarcação entre ciência e matafísica é lógico: a refutabilidade é um critério lógico. Os testes cruciais abrangem observações controladas e experiências. Só quando não é possível recorrer a testes empíricos é que se recorre à argumentação racional. Popper diz ter refutado muita coisa: a psicanálise, o marxismo, o positivismo, etc. Será que refutou? Epistemologicamente, como é que ele pode mostrar que uma teoria é falsa? Aquilo que ele fez com a "verdade" também pode ser feito com o "erro". Lakatos tentou superar esta dificuldade mas sem grande êxito.
Tem toda a razão quando affirma que é preciso conhecer aquilo que se pretende mudar, mas não vejo nisso uma crítica ao marxismo. Sebag dizia o mesmo!
Adicionei-o aos meus Elos.
Desejo-lhe um excelente ano de 2008.
Abraço

chapa100 said...

patricio! obrigado pela mencao. espero que o 2008 seja o melhor ano na nossa blogsfera.

Patricio Langa said...

Caro J. Francisco Saraiva de Sousa.

Agradeço e retribuo os votos de um 2008 cheio de prosperidade. Obrigado pelas questões que me coloca. Acho-as bastante pertinentes, até porque me permitem clarificar – espero – a minha ideia (intenção). Não quis de modo algum sugerir a irrefutabilidade da teoria de Popper. Isso seria contra o próprio princípio defendido por esta. E aí esta um golpe de mestria de Popper. As posições de Lakatos e os demais críticos mostram precisamente a falseabilidade da teoria Popperiana. Mas isso só é possível mediante a crítica. E é aqui que eu queria chegar, ressaltar o papel crucial que a crítica desempenha no processo de produção de conhecimento. Que seja critica ao “erro” ou a “verdade” esse é um problema que nos deveria ocupar sim, mas num debate epistemológico mais profundo, muito para além da minha modesta intenção nesta postagem. A própria critica ao Marxismo, para mim, faz mais sentido enquanto crítica ao historicismo. Repare que Popper até acha que o Marxismo recupera de forma apurada a realidade que descreve, mas isso não confere o direito de achar que se pode determinar o futuro (através da acção). Essas pessoas que fazem isso só podem estar cheias de certeza. Não conseguem conviver com a dúvida que pode resultar da prática permanente da crítica, dai advogarem a acção imediata convictos de terem feito o melhor diagnostico. Não podemos passar a vida a tentar compreender a realidade é preciso transformá-la. Acham que já sabem o que mudar! Para mim, Moçambique “devia” – estou a ser normativo – privilegiar a fase da compreensão (diagnostico) pois me parece muito prematura. O pior é que os poucos – cientistas sociais – que poderiam contribuir nessa compreensão estão sedentos da mudança. Querem transformar a realidade, mesmo antes de compreende-la o mínimo que seja. Podemos questionar quando é que já compreendemos o suficiente, e que é altura de partir para a acção. O que acha? Um abraço.

chapa100 said...

patricio! nomeado pelo chapa100 como figura do ano.

um abraco

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Caro Patricio Langa

Estive a dar a ver melhor o contexto desta polémica moçambicana e concordo consigo: sem conhecermos aquilo que deve ser mudado não podemos fazer nenhuma mudança qualitativa, sobretudo quando esses reformistas orientam o seu pensamento por esquemas históricos ultrapassados e, vendo bem, irracionais. É por isso que tenho tentado pensar um "marxismo liberal", liberto dessas quimeras e aberto ao diálogo alargado. O passado recente de Moçambique deve ser pensado: cometeram-se erros e é preciso assumir responsabilidades. Como diz, deve ser estudado e debatido/criticado. Essa é a primeira via que aponta para a mudança. A crítica é fundamental!
Partilho a sua crítica do historicismo, embora este seja uma herança romãntica, como mostrou F. Meinecke ou mesmo Cassirer. Althusser defendeu a tese de que o marxismo era antihistoricista e com muita pertinência.
Abraço

david santos said...

Um Bom Ano Novo para ti, Patrício. São os meus desejos.

jpt said...

obrigado pela inclusão. abraço para aqui e para os restantes bloguistas moçambicanos (que têm blogs ou que blogam lendo e comentando) com bom ano para vós.
e obrigado pelo reconhecimento disso que gosto de chamar "gradualismo" - sem grandes purezas. (Antes um gradualista na mão do que dois exalatados a voarem ...)
até breve

Koluki said...

“(…) A razão desse fracasso não está em qualquer insuficiência da base empírica da argumentação.(…)"

Quanto a mim, esta e’ uma afirmacao de Popper que pode e deve ser questionada ou, se se preferir, falsificada.
Ha serias insuficiencias na base empirica de argumentacao de Marx, particularmente quando se a pretende aplicar a Africa. Marx tera’ sido eximio na analise do capitalismo, usando como base empirica primacial a revolucao industrial Britanica – e, como extensao desta, o que designou por “modo de producao asiatico”.
Espero ser “falsificada”, mas o facto e’ que nao tenho referencias na obra de Marx de algo que possa ser descrito como um “modo de producao africano”. E e’ neste sentido que o determinismo historico marxista (prefiro chama-lo assim do que “historicismo”) enquanto “mecanismo predictivo” de um determinado modelo de sociedade (super-estrutura) pelo seu subjacente “modo de producao” (infra-estrutura) encontra dificuldade em “explicar” a realidade social, economica, historica e cultural de Africa. Em suma, nao chega a “compreender o que quer mudar”…

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Caro Koluki

Não há só um modo de produção africano mas vários e penso que o marxismo consegue explicar isso. Lembre-se que o MH tem a sua própria periodização da história e vários antropólogos já a aplicaram a África.
Quanto ao gradualismo de jpt, penso que nas actuais circunstâncias a luta está para além da questão "reforma ou revolução". Esta é uma questão superada e morta, pelo menos no Ocidente.
Abraço

Koluki said...

Caro Saraiva de Sousa,

Nao so' ha' varios modos de producao africanos, como tambem ha' varios modos de producao asiaticos (ja' os havia na era de Marx...).
Dito de outro modo: considero haver insuficiencia da base empirica da analise marxista porque quaisquer que tenham sido as 'prescricoes' de inspiracao marxista para a Africa, elas nao se basearam na base empirica utilizada por Marx.
Portanto, nao so' ha' essa insuficiencia, como tambem o "modo de producao asiatico" descrito por Marx e' limitativo como modelo explicativo das sociedades asiaticas.

Abraco.

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Estamos de acordo: afinal a tópica de Marx é mesmo insuficiente para explicar o funcionamento da sociedade.
Quando fala de "base empírica", refere-se a estudos empíricos?
O modo de produção asiático tem alguma utilidade e foi aplicado ao estudo de sociedades pré-colombianas.
Abraço

Eugénio Chimbutane said...

Patrício,
Obrigado pela referência.
A questão de método e critérios que enfatizas, tu, Elísio Macamo e Chapa 100 é crucial e não é exclusiva para sociólogos, aplica-se para qualquer área do conhecimento. Obrigado por estas valiosas aulas online.

Patricio Langa said...

O debate está muito interessante.
Obrigado a todos.

Koluki said...

Sim JFSS, falo de estudos empiricos no sentido de observacoes empiricas, tanto qualitativas quanto quantitativas, de um qualquer fenomeno social ou economico, na base das quais se podem inferir e desenvolver modelos explicativos desses mesmos fenomenos - e aqui, tomo os "modos de producao" de Marx como modelos explicativos - que, por sua vez permitem o desenvolvimento de teorias.
Restrinjo-me aqui aos fenomenos sociais e economicos porque essa e' a minha area, mas grosso modo e' isso que entendo por "metodo cientifico" em qualquer area do conhecimento.
Nao pretendo invalidar o "modo de producao asiatico", ou qualquer outro, apenas questiono a sua validade para a analise dos "modos de producao africanos".

Um abraco.

J Francisco Saraiva de Sousa said...

Acordo pleno. :)
Outro Abraço