Em 2006 visitei algumas universidades de Ankara, a capital da Turquia. Imbuído de pre-conceitos, sobre o que seria o ambiente universitário no mundo islâmico, deparei-me com uma experiência laica curiosa. Contrariamente, a Universidade do Cabo na RSA, por exemplo, que se diz laica, mas têm espaços reservados para o culto islâmico e onde alguns estudantes andam de turbantes, na Turquia, uma nação praticamente toda ela islâmica, não vi um estudante sequer de turbante, pelo menos não na universidade. A notícia a seguir parece indicar que sopram por lá ventos de mudança.
Mais de uma dúzia de académicos demitiu-se, na semana passada na Turquia, em protesto contra a prerrogativa do presidente Abdullah Gul’s nomear reitores para as universidades públicas. As demissões seguiram-se a tensão que se instalou entre os académicos, que defendem a governação da universidade por princípios seculares, e o actual governo da Turquia, com tendências islámicas. A imprensa Turca refere que reitores apoiantes do governo do partido AK, incluindo aqueles que apoiam o fim da proíbição do uso de turbantes-islâmicas pelos estudantes dentro do campus univesitário, foram nomeados em detrimento dos que defendem uma universidade secular.
Gul, respeitado antigo ministro dos negócios estrangeiros da Turquia, nomeou 21 novos reitores na terça-feira rejeitando para o efeito várias candidaturas propostas por um orgão do ensino superior. Este orgão desde 1980 têm defendido príncipios seculares estabelecidos pelo fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk. No acto da nomeação dos novos reitores o presidente- num caso que lembra a recente nomeação do reitor da nossa “primeira e mais antiga”- ignorou a lista de candidatos, sugerida pelos orgãos colegiais, que ganharam as eleições internas (portanto das universidades). No lugar desses nomeou candidatos que ficaram em segundo ou mesmo em terceiro lugar no processo interno de seleção de canditados nas universidades. Canditados que apoiam a tendência religiosa do partido no poder. Um sinal de que o casamento entre ciência e política não têm lua de mel, talvez de fel!
Recorde-se aqui, aqui e aqui o debate que eu e outros fizemos em torno da mesma questão a quando da nomeação de reitores para as nossas universidades públicas.
Mais de uma dúzia de académicos demitiu-se, na semana passada na Turquia, em protesto contra a prerrogativa do presidente Abdullah Gul’s nomear reitores para as universidades públicas. As demissões seguiram-se a tensão que se instalou entre os académicos, que defendem a governação da universidade por princípios seculares, e o actual governo da Turquia, com tendências islámicas. A imprensa Turca refere que reitores apoiantes do governo do partido AK, incluindo aqueles que apoiam o fim da proíbição do uso de turbantes-islâmicas pelos estudantes dentro do campus univesitário, foram nomeados em detrimento dos que defendem uma universidade secular.
Gul, respeitado antigo ministro dos negócios estrangeiros da Turquia, nomeou 21 novos reitores na terça-feira rejeitando para o efeito várias candidaturas propostas por um orgão do ensino superior. Este orgão desde 1980 têm defendido príncipios seculares estabelecidos pelo fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk. No acto da nomeação dos novos reitores o presidente- num caso que lembra a recente nomeação do reitor da nossa “primeira e mais antiga”- ignorou a lista de candidatos, sugerida pelos orgãos colegiais, que ganharam as eleições internas (portanto das universidades). No lugar desses nomeou candidatos que ficaram em segundo ou mesmo em terceiro lugar no processo interno de seleção de canditados nas universidades. Canditados que apoiam a tendência religiosa do partido no poder. Um sinal de que o casamento entre ciência e política não têm lua de mel, talvez de fel!
Recorde-se aqui, aqui e aqui o debate que eu e outros fizemos em torno da mesma questão a quando da nomeação de reitores para as nossas universidades públicas.
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