ANÚNCIO
A Universidade pedagógica, no seu departamento de Planificação Administração e Gestão de Educação, após a expansão dos seus Cursos de Extensão, sentiu-se na obrigação de lançar um novo pacote de Cursos de Curta Duração, com início em Março, no âmbito do seu Projecto designado “Pensamento Estratégico”, como forma de distribuir o saber a todas as camadas sociais, nomeadamente Empresas, Organizações e o Público em Geral.
Para tal, serve o presente para anunciar os seguintes Cursos para todos os interessados:
· Contabilidade e Auditoria.
· Gestão.
· Gestão de Empresas.
· Finanças Empresariais
· Secretariado.
· Relações Públicas e marketing.
· Técnicas de Comunicação e Imagem
· Gestão de Materiais
· Informação e Gestão
· Agro-negócios
Os presentes Cursos serão ministrados por profissionais com larga experiência nas áreas afins, para além de existirem vagas disponíveis para o Curso Diurno e Nocturno. (fim)
A Universidade Pedagógica (UP) está ficar descaracterizada da sua vocação inicial, formar professores. Função inicial que nem lhe conferiria o estatuto de universidade senão por razões meramente de ordem politica como efectivamente ocorreu. A UP nunca passou, efectivamente, de um – (Advanced Teacher Training College) – colégio avançado para formação de professores. Hoje a UP mercantiluzou-se. Para neologizar a maneira do sociólogo Carlos Serra, dumbaneguizou-se. O argumento central apresentado é famosa resposta as necessidades/ exigências do mercado. No anúncio aparece um argumento ainda mais original na sua mediocridade. “Pensamento Estratégico”, como forma de distribuir o saber a todas as camadas sociais, nomeadamente Empresas, Organizações e o Público em Geral. Desde quando empresas, organizações e público em geral são as camadas sociais? Pensamento estratégico para combater a pobreza absoluta de pensamento, precisa-se! A maneira Camoniana “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. O mundo é feito de mudanças, umas vezes para melhor outras para pior. A da UP esta ser para pior.
Mahamood Mandani, académico africano de renome, dedicou parte de suas analises a entender as transformações/metamorfoses que ocorreram no ensino superior africano. Um dos aspectos que mereceu a atenção de Mandani é a mercantilização do ensino superior em resposta a vários factores entre os quais a demanda do público. Seja qual for a abordagem mercantilista a adoptar, o ensino superior não pode ser visto como um produto (serviço) qualquer, dumbaneguezével.
“Universities cannot function as government departments, just as they cannot function as business. It is the very fact that universities are not limited by short-term considerations – as governments and businesses are, one to capture votes and the other to make profits – this unique freedom gives universities the capacity for a long-term orientation research. Any other higher education [institution] worth the name of as to involve [itself] in research. For society, research is an investment in the future. The single most important distinction between universities and secondary schools, even technical colleges, is that only universities carry out research. The reward for research, and the measure of its ability, is not narrowly monetary. The real significance of research for society is that it expands our options and thereby secures us an independent future. This is why nowhere in the world is higher education a profitable enterprise, why nowhere is higher education possible without heavy social subsidy (Mandani, 2001).
Perdoem-me os não leitores da língua inglesa.
2 comments:
Arre!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Boa, Patrício, boa! Apanhou bem, com olhar agudo, o problema!
Mas o mesmo esta a acontecer na Universidade Eduardo Mondlane!
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