A nossa polícia, e não só, e frequentemente figuras pública ligados ao governo, tem feito declarações que me parecem de gente que se encontra num verdadeiro estado de eclipse racional. Vou passar a prestar atenção a esse tipo de falas. O efeito dessas falas sobre nós é uma espécie de ilusão de óptica. Vemos o grande onde parece pequeno, o pequeno onde parece grande, mal onde parece bom e por ai em diante. É verdade que quando se trata de qualificativos/adjectivos normativos como estes é sempre preciso clarificar. Clarificar significa explicar o que é que faz o grande, grande ou o pequeno, pequeno. Grande não é universalmente grande, o pequeno idem. Ganhar uns mil meticais pode ser muito para quem não tem nada, mais muito pouco para quem tem uma conta bancária choruda. O eclipse ocorre quando sem nos apercebermos esquecemos dos critérios que culturalmente usamos para considerar o grande, grande ou o pequeno, pequeno. Pronto! Chega de tanto grande, pequeno e por ai em diante. Este pequeno exercício surge a propósito do caso do advogado alegadamente espancado pela PRM.
o porta-voz do comando geral da polícia, Pedro Cossa, diz que o advogado sofreu apenas pequenas escoriações.
Se o que as fotos reportam são pequenas escoriações, imagino que imagens teríamos se a tareia tivesse sido a valer!
4 comments:
Caro Patrício, essa é a imagem de alguém que caíu. A nossa polícia devia receber um prémio de criatividade argumentativa. Eu aínda estou a cogitar sobre o comportamento da nossa polícia sob ponto de vista dos direitos humanos. Penso que o ano passado e este vão ficar nos anais deste país talvez como os piores em termos de violação dos direitos humanos. Depois não critiquem os americanos
Eu ...estou pasma !!!
Como é possível chegar-se a este ponto , mas tb não posso falar muito porque por estas bandas "chamada Europa "a pouca vergonha dos governos é igualzinha sem tirar nem pôr .
É urgente uma nova ordem ...o mundo está caotico, por todo o lado se violam os direitos humanos .
CHEGAAAAAAAA!!
Beijão grande
Caro Bayano.
Há dias conversava com alguém que dizia o seguinte:
-Sabes, Patrício, hoje em dia quando me cruzo com um polícia tremo toda porque não sei como se vai comportar. Fica difícil antecipar, prever, ter expectativas sobre o sentido da acção dos agentes policiais. O mesmo já não acontece quando se trata de antecipar uma situação de assalto por bandidos. Eu tenho conhecimento tácito de como agir numa situação de assalto, arrombamento, roubo de viatura etc. Em outras palavras, a minha interlocutora dizia que: enquanto as acções dos bandidos se tornam mais previsíveis, as dos nossos policiais tornam-se cada vez menos previsíveis.
Eu, cá com os meus botões pensei. O sentido da acção social, o jogo das expectativas recíprocas é o B, A, Bá das lições do primeiro ano de sociologia nas universidades. Será que se ensina isso na ACIPOL?
Cara Laurentina.
Realmente a violência, em certo sentido, se torna um fenómeno planetário.
No entanto, penso que a solução deveria começar em cada pedaço onde habita cada ser planetário, humano claro.
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