"Não julgues um livro pela sua capa"
Não Julgues a qualidade de um livro pela sua capa, podes-te surpreender!
Lançamento a não perder, dia 7 de Novembro de 2007 (quem me dera podesse estar em Maputo):
“Diz o que é: princípio geral da Sociologia”, do sociólogo e POETA, ou vice-versa, Luís Cezerilo (dos que mais tem publicado no país).
Oh, vai em simultâneo ser lançado “Docência e Investigação : a delícia e a dor de ser o que é”.
PS: Gune consegues 1 exemplar de cada para mim.
6 comments:
De alguma forma tínhamos que inventar um outro provérbio: "Don't judge a book by iys author". Isto refere-se a Cezerilo - não se pode chmá-lo gigante intelectual. Mas quem sabe nos surpreende. Pelo menos, ele publica.
Bayano.
“Pelo menos pública”!
Não sei até que ponto esse aspecto é o mais revelante.
Se bastasse publicar, qualquer um publicava.
Espero que desta vez tenham feito justiça aos donos das ideias que nos andam a fazer ler como se fossem suas. Uns plagiam Gaston Bachelar transformando seus enuciados epistemólogicos em poesia e não citam a fonte. Olha o que me foi dito a propósito do título: “Docência e Investigação: a delícia e a dor de ser o que é”. Caetano Veloso vai cobrar direitos autorais. A sua música é" cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". A autora inverteu as palavras, será que fez menção a fonte?
Aí em Maputo anda um debate a proposíto de um estudante do ISCTEM que fez plágio a tese de outro estudante de direito da UEM. Este é um assunto que ainda vamos precisar debater com mais seriedade.
Patrício, apanhaste-me em cheio. Não queria antes fazer menção dos plágios deste e daquele ou das aulas via telefone, mas já que mencionas teremos que encontrar uma oportunidade para voltarmos a debater esta questão de plágio. quanto ao pelo menos publica.... queria alertar ao facto de que as tantas na falta do melhor o pior serve, não é? mais o que me mais intriga é a facilidade com que alguns "autores" publicam, principalmente obras que se pretendem científicas. Afinal, existe ou não um corpo científico ou uma comissão de pares que dá o seu aval sobre a qualidade de uma obra?
Bayano.
Fiz uma proposta a uma colega para estudarmos as condições e o tipo de publicação “ciêntífica” que se faz em Moçambique. Há toda uma série de questões que é preciso tomar em consideração, entre as quais orgãos colegiais, revisão de pares, editoras etc. Será que nós sabemos em que estado andam essas coisas? O caso do plágio, que não deve ser o único, deve ser apenas o que se tornou público. Não creio que seja apenas uma questão de ausência de legislação para sancionar esse tipo de práticas como alguma imprensa tenta colocar o problema. A legislação é importante, mas neste momento não é o fundamental. O fundamental para mim é que a nossa prática académica quotidiana não é orientada pela confrontação de ideias, e de teses, previamente estabelecidas. Cada um acha que vai inventar a roda. Assim, para quem é original não há necessidade de citar ninguém. Todo mundo, ou um número considerável, se acha pioneiro. Enquanto noutros contextos se ganha reconhecimento demostrando que lemos os outros e por isso sabemos de que falamos aí parace que não é bem assim.
O trabalho académico é essencialmente o de acrescentar conhecimento ao que outros já produziram (refutando, rectificando e inovando). Recordo-me de um ex-ministro da saúde que publicou, se a memória não me falha, pelo menos dois livros de metodologia de investigação (ou qualquer coisa parecida). Nesses livros, megalomaniacos, o homem só se cita a si mesmo. Se não me engano deve ter uma ou duas citações de Sócrates e Platão. Deve-se achar na sequência desses grandes filósofos. Não sei se faz ideia de quanto conhecimento se produziu nestes mais de 2000 anos. Existe também o problema da falta de catalogação adequada das nossas bibliótecas. Ninguém sabe o que existe e o que não existe. Aquilo é uma salada Russa. É possível ir buscar uma tese defendida em 1980 e voltar a presentá-la sem que alguém se dê conta disso. A UEM, por exemplo, têm alguns novos, ainda poucos, biblióteconomistas. Espero que tentem por a casa em ordem. Agora, então, com a Internet não imaginas as dificuldades acrescidas para identificar os plágiadores.
Enfim, estas são notas soltas Bayano. É preciso pensar em todas as nuances deste problema até, no meu entender, podermos reflectir sobre o tipo de soluções mais a própriadas. Quem sabe aí se pode pensar num modelo de tribunal académico adequado a nossa realidade. Aqui na Universidade do Cabo existe um departamento de ética e um tribunal académico que lida com esse tipo de casos.Com alguma regularidade os jornais da universidade publicam notícias relacionadas com esse tipo de práticas. O caso do estudante do ISCTEM concerteza terminaria com a sua expulsão e invalidação do grau que pretendia alcançar caso ficasse provada sua culpa.
Mas aqui é aqui, e aí é aí! Espero que Caetano Veloso não tenha uma letra igual!
Hehehe. Patrício, de facto é preciso que reflictamos seriamente sobre isso. as sugestões que avanças já me parecem um bom ponto de partida. gosto da ideia de um tribunal académico e isso é algo que se pode sugerir aos reitores das universidades. pode não ser tribunal, mas um corpo em que essas questões podia ser dirimidas.
só para ironizar: ser expulso? com tanta flta de "doutores" aínda pede-se que alunos que cometem fraudes académicas sejam expulsos? esse é que é o moçambique real.
falando sério, penso que podes escrever uma carta aberta aos reitores, tomando como ponto de partida essa situação do isctm. a tua ex-colega salmina já me tinha falado de situações em que alguém apresentava um paper que tinha tirado da net. isso me leva a uma outra reflexão, que aliás tinhas colocado melhor: a proliferação de universidades ou pseudo-universidades. será que porque as públicas não podem absorver tanto estudante e porque as privadas querem atraír o maior número possível destes, a qualidade deve ser sacrificada? me parece que esse é o caso. é que a isctm se fosse bem sério já teria tomado medidas. penso que não se tem tempo tanto é que o reitor anda a brincar à gestor político.
ps: existe um outro doutor no isri que publicou um livro sobre o médio oriente e não chegou a citar fonte alguma. no meu mundo islâmico, existe também um grande (para mim questionável nalguns momentos) líder cujos escritos acabam semanalmente nos jornais da praça. a maior parte dos livros que "escreve" são traduções de livros já escritos em árabe, e nem chega a citar. enfim... o ser humano quer a glória sem suor. mesmo uma escória, não acha? espero que ninguém tenha dito isso antes.
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