Já existem insinuações nos Estados Unidos de que o tiroteio que decorreu, ontem, numa universidade do Estado de Virgínia, protagonizando por um indivíduo saldando-se em 33 mortos e tantos feridos, tenha sido um ataque terrorista. Permanece a dúvida sobre se o atirador franco tenha cometido suicídio, imediatamente, ou fora alvejado mortalmente pela policia. Jean Jacques Rosseau deve ter nascido nos EUA e a história enganou-se em fazê-lo Francês. É que aquele filósofo, oitocentista, tinha a convicção de que o “homem é bom por natureza e no isolamento é igual a todo o homem” Foi a necessidade de viver em sociedade que o despertou para os actos mais bárbaros. Na verdade Rousseau não coloca as coisas assim com estas palavras. Ele estava preocupado em explicar a origem e fundamento das desigualdades sociais. Na sua óptica aquelas só surgiram da necessidade que, a dada altura, o homem teve de viver em sociedade.
Na “mentalidade americana”, maneira de pensar, agir e sentir, pelo menos, da classe política legal parece prevalecer a ideia de que isolados, do resto do mundo, tudo seria um paraíso. Viveriam assim num estado virtuoso, solidamente democrático, por isso felizes. Seriam os bons civilizados. A sociedade para os americanos, nesta óptica, só se constitui pela necessidade de lidar com os estrangeiros (outro). Mas este outro não partilha das suas características naturais de bondade. O outro é mau por natureza, e vivem em estado de guerra! O outro é terrorista. É isso que torna o seu país vulnerável aos ataques terroristas. Eles são tão bons quanto o homem natural Rousseauniano, que apenas se preocupa com a sua auto-preservação, e o outro tão mau como o homem Hobbesiano que esta sempre em estado de guerra. É a necessidade dessa auto-preservação que os leva à ingerência em assuntos alheios e a querer corrigir aquilo que a natureza não deu aos outros povos: bondade!
Nesse exercício analógico entre a mentalidade americana e a explicação Rousseana da origem das desigualdades é preciso fazer-se um reparo. É que a ideia da natureza benigna do homem natural é apenas um recurso metodológico, um ponto de referência (baseado num mito de origem) para explicar o fenómeno da sociedade em que vivia Rousseau. Além disso, o ponto de partida para entender a produção societal das desigualdades era conhecer primeiro o próprio homem. Como conhecer a origem das desigualdades entre os homens, sem conhecer o próprio homem? No caso dos americanos essa falsa consciência, essa ilusão da sua perfeição está longe de ser um recurso metodológico. Não passa de um complexo problema de narcisismo que os impede de se conhecerem a si próprios. É por isso que nunca se reconhecem nos seus próprios actos. É por isso que Bush só se sente horrorizado com a chacina de 33 estudantes nos EUA, mas encantado com a morte de milhares de iraquianos. Pois no primeiro caso morreram os bons civilizados e no segundo morrem terroristas. E agora vou tomar partido: eu me horrorizo com as mortes dos estudantes nos EUA coma mesma intensidade que me horrorizo com a morte de Iraquianos, Palestinos, Vietnamitas etc. Mas esta não é uma observação sociológica, é o meu sentido e posicionamento humanista!
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Na “mentalidade americana”, maneira de pensar, agir e sentir, pelo menos, da classe política legal parece prevalecer a ideia de que isolados, do resto do mundo, tudo seria um paraíso. Viveriam assim num estado virtuoso, solidamente democrático, por isso felizes. Seriam os bons civilizados. A sociedade para os americanos, nesta óptica, só se constitui pela necessidade de lidar com os estrangeiros (outro). Mas este outro não partilha das suas características naturais de bondade. O outro é mau por natureza, e vivem em estado de guerra! O outro é terrorista. É isso que torna o seu país vulnerável aos ataques terroristas. Eles são tão bons quanto o homem natural Rousseauniano, que apenas se preocupa com a sua auto-preservação, e o outro tão mau como o homem Hobbesiano que esta sempre em estado de guerra. É a necessidade dessa auto-preservação que os leva à ingerência em assuntos alheios e a querer corrigir aquilo que a natureza não deu aos outros povos: bondade!
Nesse exercício analógico entre a mentalidade americana e a explicação Rousseana da origem das desigualdades é preciso fazer-se um reparo. É que a ideia da natureza benigna do homem natural é apenas um recurso metodológico, um ponto de referência (baseado num mito de origem) para explicar o fenómeno da sociedade em que vivia Rousseau. Além disso, o ponto de partida para entender a produção societal das desigualdades era conhecer primeiro o próprio homem. Como conhecer a origem das desigualdades entre os homens, sem conhecer o próprio homem? No caso dos americanos essa falsa consciência, essa ilusão da sua perfeição está longe de ser um recurso metodológico. Não passa de um complexo problema de narcisismo que os impede de se conhecerem a si próprios. É por isso que nunca se reconhecem nos seus próprios actos. É por isso que Bush só se sente horrorizado com a chacina de 33 estudantes nos EUA, mas encantado com a morte de milhares de iraquianos. Pois no primeiro caso morreram os bons civilizados e no segundo morrem terroristas. E agora vou tomar partido: eu me horrorizo com as mortes dos estudantes nos EUA coma mesma intensidade que me horrorizo com a morte de Iraquianos, Palestinos, Vietnamitas etc. Mas esta não é uma observação sociológica, é o meu sentido e posicionamento humanista!
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