Assim como os académicos de outras disciplinas científicas, os sociólogos procuram recuperar a realidade social usando instrumentos teórico-metodológicos que foram desenvolvendo na sua disciplina ao longo do tempo. Em principio, espera-se dos estudantes que matriculam numa faculdade para estudar sociologia que aprimorem tais instrumentos teóricos – metodológicos. O uso desses instrumentos deve se reflectir nos seus habitus de raciocino. Dizemos, então, que essa pessoa pensa sociologicamente.
Mas existem pessoas que não precisam passar por todo ritual académico para adquirir essa maneira sui-generis de pensar o real. Assim como existem os que passam pelo ritual académico de formação e nunca chegam a pensar, muito menos ter imaginação sociológica. As primeiras pessoas fazem-no com uma certa naturalidade. Os segundos não o conseguem mesmo que o digam fazer ostentando seus PhDS! Os tais que confundem Kant com Comte!
Se não fosse adepto, moderado diga-se, do construtivismo diria que os primeiros têm um “dom sociológico” e os segundos um "défice sociológico" . Mas prefiro falar da "mentalidade sociológica". Esse termo cunhado pelo nosso decano da sociologia, Carlos Serra. Penso que é o mais apropriado para falar do primeiro tipo de pessoas. Ao ler o texto de Ungulane ocorreu a seguinte ideia: Este tipo é um escritor com veia de sociólogo!
Cliquem o texto para ampliar, leiam-no, e digam se não tenho razão.
Mas existem pessoas que não precisam passar por todo ritual académico para adquirir essa maneira sui-generis de pensar o real. Assim como existem os que passam pelo ritual académico de formação e nunca chegam a pensar, muito menos ter imaginação sociológica. As primeiras pessoas fazem-no com uma certa naturalidade. Os segundos não o conseguem mesmo que o digam fazer ostentando seus PhDS! Os tais que confundem Kant com Comte!
Se não fosse adepto, moderado diga-se, do construtivismo diria que os primeiros têm um “dom sociológico” e os segundos um "défice sociológico" . Mas prefiro falar da "mentalidade sociológica". Esse termo cunhado pelo nosso decano da sociologia, Carlos Serra. Penso que é o mais apropriado para falar do primeiro tipo de pessoas. Ao ler o texto de Ungulane ocorreu a seguinte ideia: Este tipo é um escritor com veia de sociólogo!
Cliquem o texto para ampliar, leiam-no, e digam se não tenho razão.
1 comment:
Gostei batsante deste post e do que Ungulani escreveu. Amnésia Colectiva. Se calhar, seria interessante elaborar (é o que tentarei fazer) um pouco em torno da COLECTIVIZAÇÃO DA AMNÉSIA; um processo político que consiste em, à semelhança da COLECTIVIZAÇÃO DO CAMPO, negar a alteridade em benefício de um Consenso Anestesiante.
São exemplo disso, a crença do actual estado de que a explosão do Paiol não constituiu nenhum crime, e esforça-se em provar isso; os relatórios do PGR que enrola perigos para depois soltar um grito de socorro, fazendo-se passar por vítima de prevaricadores e uma instituição sem meios de trabalho; a crença de que estamos "a fragilizar a pobreza" para isso, devemos celebrar, a par das enxurradas, etc.
Esse processo é largamente apoiado pela imprensa local, mormente os jornais onde o estado é maior accionista, em que as primeiras páginas e a respectiva manchete aparecem sempre, as não noticias do tipo: Governador da Zambézia apela aos moçambicanos a combater a pobreza absoluta.
A colectivização da amnésia também é um processo doloroso, como o é a quem tem a consciência de estar anesteciado mas que contra a realidade apenas deverá sucumbir à ordem do mais forte. Por isso, também o Estado preocupa-se em limitar o acesso do seu povo ao conhecimento diferente daquele que se pretende. É nesta esteira que se insiste em dirigentes-combatentes-da-luta-contra-a-pobreza, para garantir que "todo o moçambicano coma". Dirigentes que operacionalizam o discurso do Presidente e não o seu Plano. Um abraço. Sei que divaguei, mas consciente de que estava a começar algo novo, aceito porradas.
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