
Próximo seminário
Título: Processos de construção e reprodução de roteiros de actos sexuais: uma análise a partir da cidade de Maputo
Orador: Emidio Gune (na foto).
Data: Sexta-feira, 04 de Maio de 2007 Local: SALA CP 2501, no Novo Complexo Pedagógico do Campus Universitário Principal da UEM. Hora: 13:00-14:00h
Resumo em anexo.
Se durante muito tempo no Moçambique pós independência o campo analítico da sexualidade esteve ‘silenciado’, na academia incluso, a última década assistiu a um crescimento de análises nessa área, em parte devido ao advento dos discursos em torno do Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) e do Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Contudo e uma vez que os referidos estudos estão virados para busca de soluções para a questão do VIH e do SIDA eles minimizam a complexidade que envolve e informa a sexualidade, e apesar de designados por estudos sócio culturais e reivindicarem as práticas socioculturais como construídas conformam-se com respostas imediatas aos ‘fracassos’ das propostas preventivas. Como consequência, a sexualidade é medicalizada, escasseam detalhes etnográficos sobre processos de sua constituição, pese embora reivindicada como construída. Adicionalmente as conclusões assentam em pressupostos genéricos sobre género e as ditas estruturas patriarcais, tomados como explicadoras da sexualidade e aspectos correlatos. A pesquisa é informada pela perspectiva construtivista e explorou processos de produção e reprodução de roteiros de actos sexuais. Realizado na Cidade de Maputo, o estudo
reivindica uma dimensão etnográfica e contextual da sexualidade.O estudo reivindica uma dimensão etnográfica e contextual da sexualidade. Assim os resultados do estudo permitem considerar que no contexto da Cidade de Maputo existe uma heterogeneidade dinâmica de roteiros de actos sexuais, seja entre indivíduos de gerações diferentes bem como entre indivíduos da mesma geração. Os roterios sexuais dos referidos indivíduos variam com a combinação de tópicos como momentos, lugares, motivos e pessoas envolvidas no acto sexual, interpenetrados, diferenciados e informados por diversas lógicas negociadas envolvendo expectativas socioculturais, expectativas de interação entre indivíduos bem como expectativas individuais relativas a actos sexuais. Mais do que determinados pelo género e as ditas estruturas patriarcais locais, os referidos roteiros sexuais são construídos e reproduzidos numa combinanação que envolve representações socioculturais e experiências individuais, ambas dinâmicas, informadas por práticas partilhadas com agentes de socialização como parentes, colegas e amigos com ou sem recurso a visualização que pode incluir práticas in loco, material audiovisual (videos, novelas e filmes sobre sexualidade e assuntos relatos), visual (revistas, livros sobre sexualidade) e que transcendem a dimensão médica e a Cidade de Maputo, e até Moçambique, questionando as abordagens que restringem práticas socioculturais a espaços geográficos e que dominam os programas de gestão de práticas sexuais.
reivindica uma dimensão etnográfica e contextual da sexualidade.O estudo reivindica uma dimensão etnográfica e contextual da sexualidade. Assim os resultados do estudo permitem considerar que no contexto da Cidade de Maputo existe uma heterogeneidade dinâmica de roteiros de actos sexuais, seja entre indivíduos de gerações diferentes bem como entre indivíduos da mesma geração. Os roterios sexuais dos referidos indivíduos variam com a combinação de tópicos como momentos, lugares, motivos e pessoas envolvidas no acto sexual, interpenetrados, diferenciados e informados por diversas lógicas negociadas envolvendo expectativas socioculturais, expectativas de interação entre indivíduos bem como expectativas individuais relativas a actos sexuais. Mais do que determinados pelo género e as ditas estruturas patriarcais locais, os referidos roteiros sexuais são construídos e reproduzidos numa combinanação que envolve representações socioculturais e experiências individuais, ambas dinâmicas, informadas por práticas partilhadas com agentes de socialização como parentes, colegas e amigos com ou sem recurso a visualização que pode incluir práticas in loco, material audiovisual (videos, novelas e filmes sobre sexualidade e assuntos relatos), visual (revistas, livros sobre sexualidade) e que transcendem a dimensão médica e a Cidade de Maputo, e até Moçambique, questionando as abordagens que restringem práticas socioculturais a espaços geográficos e que dominam os programas de gestão de práticas sexuais.
3 comments:
Patrício, fiquei assustado quando vi a foto e pensei, 'poxa tenho fotos mais lindas'. Mas lembrei-me que essa foto tiraste na Cidade do Cabo na Rondeberg Flats 503c quando o texto que vou apresentar estava mesmo na forja, e discutíamos limites e possibilidades analíticas do construtivismo 'social construction of what' vs 'say social contruction is not enough'. Compreeder as lógicas da prática e processos de sua constituição dão-nos instrumentos para melhor intervirmos sobre ela a 'nosso' beneficio, foi também assim que nasceu a 'unidade nacional' com um cientista social: Mondlane. Emidio Gune
Abraço Gune!
xi
parece diamante
Post a Comment