Tuesday, May 8, 2007

UP reduz assimetrias regionais - considera Rogério Utui



"A CRIAÇÃO de delegações da Universidade Pedagógica nas províncias é um imperativo ditado pelo crescimento sociocultural e pela necessidade de se reduzirem as assimetrias regionais em Moçambique, segundo disse quinta-feira última, em Venhece, distrito de Xai-Xai, Rogério Utui, Reitor da UP, falando nas cerimónias que marcaram a abertura oficial daquela instituição do ensino superior em Gaza"

De acordo com Utui, esta é a sexta instituição do género no país, tendo anunciado na ocasião, estarem em instalação estabelecimentos similares em Massinga, província de Inhambane e Montepuez em Cabo Delgado. Segundo ele, é objectivo da UP levar até 2012 a Universidade Pedagógica para todo o país, que irá formar professores de todos os níveis. Para dar resposta à extensão do primeiro ciclo aos distritos, de acordo com o reitor, estão a ser treinados a partir deste ano académico, graduados provenientes do ensino pré-universitário, por um período de um ano, e recebem matérias relacionadas com pedagogia, didáctica e algumas disciplinas de especialidade. Os futuros docentes após a formação são designados para leccionar nos distritos, tendo a possibilidade de obter bacharelato, em quatro anos, num regime de formação à distância. Falando na ocasião, Djalma Loureço, governador de Gaza, considerou a universidade como instrumento estratégico e incontestável que vai impulsionar o desenvolvimento da província, um local de sistematização de conhecimentos que muito bem irá contribuir para o combate à pobreza. “Desde a sua criação no país, a Universidade Pedagógica tem dado provas de que o ensino superior no país não está reservado apenas a uma elite, é para todos, um local onde a preocupação do estudante não se deve restringir apenas à obtenção do diploma, mas usar o conhecimento adquirido em benefício das comunidades com quem deve constantemente interagir ”, disse. Num outro desenvolvimento, aquele governante alertou a necessidade de os quadros superiores deixarem de ser simples repercutores de teorias assimiladas nas faculdades, assumindo-se como alavancas para o desenvolvimento da auto-estima.
  • Depois de ter emitido um bom sinal, logo depois da nomeação, parece que Uthui enveredou pelo discurso de formatura.
  • O que faz um Reitor que, em várias ocasiões, defendia uma visão unitária de campus universitário como mais apropriado para os fins académicos mudar de ideia num piscar d’ollho?
  • Formular o problema da expansão do ensino superior como sendo o de resolver o “problema” das “assimetrias regionais” ou vice-versa será a melhor? O que significa resolver o problema das assimetrias regionais? Que assimetrias? De acesso ou de sucesso? Vamos levar a universidade à todos estudantes nos distritos ou levar todos estudantes do distrito à universidade? A primeira alternativa, num país como o nosso sem recursos, não só é mais onerosa como é a que mais desigualdades sociais pode perpetuar, pois nunca se vai conseguir oferecer uma universidade com as condições, por exemplo, daquela do Maputo. A segunda alternativa requer mais pensamento, menos recursos financeiros, e parece que pode perpetuar menos as desigualdades sociais a partir da própria universidade.

2 comments:

Anonymous said...

A UP parece estar em boas mãos,mas que dizer dos cursos de formação de professores em um ano com quatro anos de formação à distância para obter o bachareto?
Não parece ser preciso muita reflexão para simplesmente dizer que é mais uma utopia em que estamos conscientemente a embarcar. Na educação já lá vão pelo menos três "PROJECTOS" que me parecem absolutamente insustentáveis e com consequências muito difíceis de prever: educação para todos (até 2015), ensino bilingue (nos moldes em que está concebido), formação de professores de 12ª+1+formação à distância. Nobres os objectivos, mas, e o resto?
Fátima Ribeiro

Patricio Langa said...

Concordo plenamente!