A Diferença entre “saber- fazer” e “saber o que fazer”!
Estou a espera de entender porque razão parte considerável dos “poucos”-(poucos?) Moçambicanos formados nas ciências práticas – aquelas que ensinam o “saber fazer”– estão empregados em escritórios ou nas ONGs fazendo trabalhos supostamente daqueles que “não sabem fazer” (ciências sociais)? Estarão lá porque "sabem fazer" ou porque "não sabem o que fazer"? Porque é que, mesmo com a estrutura actual dos curricula e cursos das universidades virados para a formação nas ciências não práticas (que não sabem fazer), ainda sobra espaço para empregar os que "sabem fazer"? O suposto seria que não houvesse emprego para os que "não sabem fazer", pois são tantos, mas basta abrir as páginas de oferta de emprego no Jornal Notícias para ver o quão alta é a demanda pelos que "não sabem fazer". O que fazer, então?
O que fazer significa procurar saber quais são os problemas deste país, que fazem dele o que é. Um país com fome, pobre, dependente da ajuda externa e por ai em diante etc. Este país não chegou aí por causa daqueles que não sabem fazer – (cientistas sociais, mesmo que os considerem numerosos, pois como teríam o feito se não sabem fazer?) – mas por causa dos que não sabem o que fazer (Pois, se o soubessem fazer o país não estaria onde e como está). O mais difícil então, e esse parece ser o maior desafio do nosso país, não é “saber fazer”, mas “saber o que fazer”. Quando o novo reitor enuncia a formação de mais técnicos está a usar das faculdades dos saberes aquiridos nas ciências não práticas para sugerir o “que fazer”, nomeadamente formar gente que “sabe fazer”. O que se pode questionar é se a solução dos problemas deste passa por soluções técnicas? Pensar isso é tarefa dos que se diz não saberem fazer! Esperemos que a formulação dos problemas deste pais como sendo de caracter técnico esteja correcta, porque aí ter-se-a sabido o que fazer.
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